A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) alertou na terça-feira à noite para as consequências de um governo de maioria absoluta, considerando que quem pede maioria absoluta é uma elite económica "irresponsável que vive da desigualdade e do abuso".
"São os que fazem da saúde um negócio, os que querem os seus negócios pagos com o dinheiro de todos, são os patrões dos patrões que nunca quiseram o aumento do salário mínimo nacional e não querem uma esquerda que tenha força", disse Catarina Martins em Armação de Pêra, no Algarve.
Ao intervir no segundo comício de verão no distrito de Faro, a líder bloquista afirmou que "este é o momento de escolher fazer as contas certas, porque se há partido que gosta das contas certas é o Bloco de Esquerda".
"Contas certas é saber que o que é de todos tem de servir para todos e que o esforço do nosso trabalho não é para salvar os negócios ruinosos de alguns da banca, mas é, sim, para o Serviço Nacional de Saúde, para a escola, para o território e para o que é preciso", sublinhou.
Ao falar na Fortaleza de Armação de Pêra, no concelho de Silves, Catarina Martins reafirmou que este é o tempo das escolhas, "porque essa elite económica irresponsável que tem ganho tudo com a impunidade quer uma maioria absoluta, porque conhece as maiorias absolutas que o país teve e sabe o que é o Partido Socialista com uma maioria absoluta".
"Essa elite também conhece o Bloco de Esquerda e sabe que entre dar dinheiro ao sistema financeiro ou ao Serviço Nacional de Saúde, nós escolheremos sempre o Serviço Nacional de Saúde. Nós combatemos o crime económico e exigimos o respeito pelo trabalho" destacou.
Para Catarina Martins, quem sabe o que o país precisa, "sabe que não é de uma maioria absoluta, mas sim de uma esquerda com força, para que se façam as mudanças que contam, ou seja, as contas certas com o país".
A líder do BE disse ainda que há ainda muito para fazer, num país com muitas desigualdades e salários baixos, nomeadamente de investimento para que o acesso à saúde seja uma realidade.
Na sua intervenção, Catarina Martins recordou algumas das propostas apresentadas pelo BE e aprovadas no parlamento ao longo desta legislatura, mas lembrou que "é possível fazer mais e ter a coragem de fazer melhor".
No segundo comício de verão do BE no Algarve participou também o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, e o deputado João Vasconcelos, cabeça de lista por Faro nas próximas eleições legislativas, marcadas para 6 de outubro.
Na sua intervenção Pedro Filipe Soares recordou as muitas iniciativas do BE, frisando que "foi o grupo parlamentar que mais trabalho fez e que tem mais leis aprovadas".
"É altura de prestar contas e nestes quatro anos temos muito para apresentar, desde acabar com as subvenções, um privilégio dos políticos, à reposição de rendimentos das famílias", destacou.