O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, voltou, este domingo, a criticar a agência estatal que monitoriza a Amazónia, afirmando que o relatório que dá conta de que aumentou a desflorestação prejudica a reputação do país.
Um relatório que, disse Bolsonaro, surge quando há uma "psicose ambiental" no exterior sobre a proteção ambiental no Brasil.
O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), uma instituição pública federal, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, informou que aumentou o desmatamento da Amazónia e que dados preliminares de satélite indicavam que mais de mil quilómetros quadrados de floresta tinham sido destruídos na primeira metade de julho, um aumento de 68% face ao mesmo período do ano passado.
Os dados foram divulgados na quinta-feira e na sexta-feira o Presidente já tinha questionado as estimativas oficiais e dito que não acreditava nos números.
Hoje Bolsonaro já não disse que eram dados falsos, mas disse que o Inpe deve coordenar os relatórios com altos funcionários do Governo, que apoiam mais liberalização do uso da Amazónia.
Mas publicá-los como foi feito deixa o Brasil numa "situação complicada", disse o Presidente na página de notícias G1, da rede Globo.
"A questão ambiental aí fora é na verdade psicose ambiental. Você tem que combater se tiver desmatamento, não é justo aqui dentro fazer campanha contra o Brasil. No mínimo, se o dado for alarmante, ele [Ricardo Magnus Osório Galvão, diretor do Inpe] deveria, em tom de responsabilidade, respeito e patriotismo, procurar o chefe imediato, no caso o ministro", disse Bolsonaro.
E acrescentou, citado na página de notícias (com vídeo das declarações de Bolsonaro): "Assim é que deve ser feito e não de forma rasa como ele faz, que coloca o Brasil em situação complicada".