Um homem, do Estado da Califórnia, nos EUA, cujos dois filhos com autismo morreram depois de os ter atirado de um cais no porto de Los Angeles, foi acusado de homicídio. No carro estava ainda a mulher. O homem pretendia receber o dinheiro do seguro depois da morte dos familiares.
Ali Elmezayen, de 45 anos, de Hawthorne, na Califórnia, foi acusado de homicídio, pela morte dos dois filhos, e de homicídio tentado, pela tentativa falhada de assassinar a mulher.
No dia 9 de abril, de 2015, o homem lançou o carro, onde estava com a mulher e os dois filhos, do porto de Los Angeles para a água.
O homem conseguiu sair pela janela do carro que estava meio aberta. A sua mulher, Rabad Diab, mesmo sem conseguir nadar, sobreviveu depois de um nadador salvador lhe ter atirado uma boia salva-vidas. De acordo com o CNN, os dois filhos, de 13 e 8 anos, que sofriam de autismo severo, morreram.
Questionado pelas autoridades, o homem disse que talvez tivesse pressionado o acelerador sem querer. Defendeu-se, ainda, levantando a hipótese de ter adormecido na sequência de uns medicamentos que estava a tomar na altura do incidente.
Um plano traçado que pode levar à pena de morte
No entanto, em 2018, Ali foi detido pelo FBI e alvo de acusações de fraude postal, fraude eletrónica, roubo de identidade agravada - por se fazer passar pela mulher em chamadas para seguradoras -, e por lavagem de dinheiro.
As autoridades acreditam, ainda, que o acidente que resultou na morte das crianças foi premeditado com o objetivo de receber o valor do seguro. Entre 2012 e 2013, o homem comprou várias apólices de seguro para ele, a mulher e os filhos. Depois da tragédia, Ali terá recebido mais de 250 mil euros de compensação.
"O acidente resulta de um plano calculado e frio para lucrar com a morte das crianças indefesas", disse Nick Hanna, procurador responsável pelo processo. O homem, que atualmente se encontra detido, vai enfrentar o tribunal no início do mês e poderá ter uma pena de prisão perpétua à sua frente.
De acordo com CNN, a possibilidade de condenar o homem a pena de morte será analisada mais tarde, mas encontra-se em aberto.