O primeiro dos quatro dias de greve dos enfermeiros registou, na terça-feira, uma adesão de cerca de 75%, segundo dados do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor).
Num texto publicado na página do Sindepor no 'Facebook', o presidente do sindicato, Carlos Ramalho, agradece a todos os enfermeiros que estiveram hoje em greve, sublinhando que o nível de adesão demonstra que "desistir não é o mote" dos enfermeiros e que "há muitas injustiças que merecem este momento de protesto".
"Agradecemos a todos os enfermeiros que estiveram hoje em greve e que apesar de todas as contingências, imposições do tribunal arbitral sobre os nossos mínimos publicados já no saudoso dia 13 de junho [anterior greve], mas infelizmente alterados menos de 24 horas antes do início da greve, prejudicando inclusive um arranque mais sereno desta greve e causando alguma ansiedade e incerteza entre muitos colegas", lê-se.
A greve dos enfermeiros, que dura até sexta-feira, coincidiu hoje com uma greve dos médicos, convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e vai estar em simultâneo com outra desta classe na quarta-feira, desta feita marcada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
Os médicos começaram hoje às 00:00 uma greve nacional de dois dias, a que se juntaram os enfermeiros, a partir das 08:00.
Tanto médicos como enfermeiros argumentam que lutam pela dignidade da profissão e por um melhor Serviço Nacional de Saúde.
O Sindepor reclama o descongelamento das progressões de todos os enfermeiros, independentemente do vínculo ou da tipologia do contrato de trabalho e que sejam definidos os 35 anos de serviço e 57 de idade para o acesso à aposentação destes profissionais.
Exigem ainda que o Governo inclua medidas compensatórias do desgaste, risco e penosidade da profissão, assegurando as compensações resultantes do trabalho por turnos, defina condições de exercício para enfermeiros, enfermeiros especialistas e enfermeiros gestores que determinem a identificação do número de postos de trabalho nos mapas de pessoal e que garanta, no caso dos especialistas, uma quota não inferior a 40%.
Os enfermeiros exigem também que o Governo aplique corretamente a legislação e o pagamento do suplemento remuneratório a todos os enfermeiros especialistas em funções e equipare, sem discriminações, todos os vínculos de trabalho.