Marcelo Rebelo de Sousa considerou incompreensíveis as críticas da federação dos professores, que o acusou de não ser presidente de todos os portugueses, alegando que a história contada pelos sindicalistas do 9.4.2 é "mal-amanhada".
O presidente da República advertiu que, "por definição", não "entra em guerra com nenhuma classe profissional, menos ainda com a dos professores", porque "é professor", em resposta às críticas do secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, no sábado, no final do congresso.
Mário Nogueira criticou Marcelo Rebelo de Sousa por a última coisa que lhe ouviu dizer em Portalegre, na véspera do 10 de Junho, "foi que 9.4.2. para número de telefone ainda faltavam alguns dígitos", numa referência aos nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço congelado que os sindicatos reclamam de contagem para a sua carreira.
"Este presidente não é presidente de todos os portugueses. É uma vergonha o que ele disse sobre os professores e que isso fique registado", salientou o sindicalista no final do congresso da Fenprof.
Este domingo, Marcelo deu a sua versão aos factos em declarações aos jornalistas, antes de visitar, no Hospital das Forças Armadas, em Lisboa, o soldado português ferido, na quinta-feira, num acidente de viação na República Centro-Africana.
É uma história muito mal contada, como diz o povo, mal-amanhada
O que Mário Nogueira disse que se passou em 9 de junho é "uma história muito mal contada, como diz o povo, mal-amanhada".
Marcelo Rebelo de Sousa disse ter falado com dirigentes sindicais antes de uma inauguração, em Portalegre, um "encontro cordial", que "acabou com uma 'selfie' tirada por uma sindicalista" e em que lhe foi perguntado "se não esquece quais sãos os anos, os meses e os dias" de contagem da carreira dos professores.
Ao que respondeu que sim, relatou, e que disse compreender que "a luta continua" por parte dos professores, na próxima legislatura, por esta reivindicação.
Passada uma hora, finda a inauguração, acenaram-lhe de longe e os mesmos dirigentes perguntaram se não esquecia os números, ao que respondeu que não: "Mais complicado é esquecer números de telefone e eu lembro-me", disse na altura.
"Transformar isso numa guerra é uma coisa que não tem o mínimo sentido", concluiu o presidente da República, lembrando ter sido criticado por outras classes profissionais por receber os professores no meio de um processo legislativo, como foi o do tempo de contagem de carreira dos docentes.