Kim Jong-nam, meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un assassinado em 2017 na Malásia, seria fonte da Agência Central de Informações (CIA) dos Estados Unidos.
A revelação é feita esta terça-feira pelo jornal norte-americano "The Wall Street Journal", que cita "uma pessoa conhecedora do assunto" segundo a qual Kim Jong-nam se encontrou várias vezes com agentes da CIA.
Kim Jong-nam, em tempos apontado como sucessor do pai, Kim Jong-il, que morreu em 2011, foi assassinado no aeroporto internacional de Kuala Lumpur, na Malásia, em fevereiro de 2017, quando duas mulheres o atacaram com um agente nervoso. Os Estados Unidos e a Coreia do Sul responsabilizam a Coreia do Norte pelo homicídio, mas Pyongyang nega.
A publicação norte-americana escreve que havia "uma ligação" entre Kim e a CIA, mas que os pormenores dessa ligação não são claros. E cita responsáveis dos EUA para quem o meio-irmão do líder norte-coreano provavelmente desconhecia pormenores sobre o funcionamento da ditadura norte-coreana.
Segundo a fonte do jornal, Kim Jong-nam viajou para a Malásia, onde acabou por ser morto, para se encontrar com o seu contacto na CIA, embora esse possa não ter sido o único objetivo da viagem.
Entretanto, os serviços de informações da Coreia do Sul disseram não conseguir confirmar as revelações.
As duas mulheres que atacaram o norte-coreano, uma vietnamita e uma indonésia, foram detidas e acusadas do homicídio, mas afirmaram terem sido enganadas por agentes norte-coreanos que as levaram a acreditar tratar-se de uma partida para um programa de televisão. A justiça malaia acabou por abandonar a acusação de homicídio e as mulheres foram libertadas no ano passado.
Até ao início do século, Kim Jong-nam era considerado o provável sucessor do pai, que morreu em 2011, mas em 2001 foi detido no aeroporto de Tóquio com um passaporte falso, incidente que o levou ao exílio, emigrando para a China em 1995 e vivendo a partir de então entre Pequim, Singapura e Macau.