O líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, vai questionar formalmente o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, sobre os atrasos no voto antecipado, considerando que não há explicação aparente, já que os eleitores pré inscreveram-se.
"Iremos amanhã [segunda-feira] dar entrada de um pergunta ao senhor ministro da Administração Interna porque consideramos que estas filas de centenas de pessoas, algumas delas com tempo superior a uma hora, outras até que, por força disso e por compromissos, nomeadamente, aéreos, deixaram de votar, fizeram de uma ideia que é boa, uma medida trapalhona, para dizer o mínimo", disse Nuno Magalhães à Lusa.
De acordo com Nuno Magalhães, antigo secretário de Estado da Administração Interna, "não há explicação aparente para que assim aconteça, porque havia um período de pré-inscrição, ou seja, o Governo sabia 'à priori' quantas pessoas queriam exercer esse direito de voto antecipado"
"Cumpre saber o que falhou e porque é que falhou, quantas pessoas estavam destacadas, se eram ou não suficientes, se os 29 locais eram adequados face ao número de pessoas. Trata-se de uma boa ideia que acaba estragada por uma má prática, o que começa a ser um hábito deste Governo", sustentou.
Em Lisboa, a Lusa constatou no local que várias pessoas estavam insatisfeitas com o tempo de espera para chegar às urnas, que chegou a superar uma hora.
As críticas levaram, inclusive, algumas pessoas a abandonar as filas e a desistir, porque o tempo de espera dentro da Câmara Municipal de Lisboa - depois de os cidadãos serem encaminhados para as respetivas mesas de voto - chegava a ser superior à espera no exterior.
O cenário repetiu-se no Porto, onde, a dez minutos do fecho das urnas, ainda havia muita gente a querer votar.
Os eleitores que desistiram - ou que não conseguiram comparecer nas urnas, apesar de se terem inscrito para votar antecipadamente - ainda podem votar no dia da eleição (26 de maio), "na assembleia ou secção de voto" onde estão recenseados, segundo a informação disponibilizada no site da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Segundo o Ministério da Administração Interna, o número total de eleitores que solicitaram o voto antecipado em Portugal continental e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores é de 19.562.
Lisboa é o distrito com mais pedidos de voto antecipado em mobilidade (8.851), seguido pelo Porto (3.014) e Coimbra (1.114).
O distrito em Portugal continental onde menos pessoas solicitaram o voto antecipado foi Bragança, com 97 pedidos.
Em relação às regiões autónomas, a ilha da Madeira foi a que registou mais pedidos de votação antecipada (515), seguida pela ilha de São Miguel (316), nos Açores.
A ilha do Corvo, também no arquipélago dos Açores, foi a que registou menos pedidos, apenas quatro.