A máquina que mantém Vincent Lambert, um homem de 43 anos, vivo vai ser desligada no dia 20 maio. O anúncio foi feito à família num caso envolto em polémica, já que algumas das pessoas mais próximas de Vincent estão contra esta decisão.
O médico francês ficou tetraplégico e em estado mínimo de consciência, depois de um acidente de carro em 2008. A família dividiu-se entre a determinação de desligar e não desligar as máquinas que o mantêm vivo e transformou a história de Vincent num caso de justiça.
Sem testamento vital capaz de determinar as condições em que se pretende recorrer à morte assistida, o homem ficou entregue à nomeação de um representante legal.
Num recurso apresentado em julho de 2006, a guarda do paciente foi entregue à mulher, Rachel Lambert, que juntamente com alguns dos irmãos de Vincent, defende que as máquinas sejam desligadas. No entanto, os pais e dois irmãos nunca aceitaram a decisão e transformaram o caso numa longa e penosa batalha legal.
Esgotados os recursos em tribunais franceses e europeus, o médico Vincent Sanchez disse que vai deixar de alimentar e hidratar o paciente, a partir do dia 20 de maio, submetendo-o a uma sedação profunda. Mediante a decisão, os pais pensam agora recorrer ao presidente da República.
Tribunais reforçam decisão dos médicos
As últimas semanas foram marcadas por uma série de acontecimentos que fizeram com que o caso voltasse a ser notícia. No dia 9 de abril, os médicos do hospital de Reims, onde Vincent se encontra internado, decidiram de forma colegial desligar as máquinas de suporte de vida.
Os pais não concordaram com a decisão e recorreram ao Conselho de Estado, que no dia 24 de abril manteve a decisão dos médicos. Os progenitores recorreram então ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos para que a decisão fosse suspensa, mas no dia 30 de abril recusaram o pedido.
A lei francesa não permite a eutanásia, mas defende que os cuidados médicos "não se devem prolongar com uma obstinação irrazoável" e que quando os tratamentos parecem inúteis, desproporcionados e sem efeito, podem ser suspensos". A decisão final é sempre do médico.