O Governo espanhol anunciou esta quinta-feira que não vai entregar às autoridades o opositor venezuelano Leopoldo López, que está na Embaixada de Espanha em Caracas, depois de o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela ter emitido um mandado de detenção.
"O Governo não pretende de modo algum entregar Leopoldo López às autoridades venezuelanas ou retirá-lo da residência do embaixador", refere o Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol em comunicado.
O documento acrescenta que será encontrada uma solução "o mais rápido possível", salientando que Leopoldo López, a sua mulher e a sua filha, de 15 meses, estão na residência do embaixador espanhol em Caracas por vontade própria e como "convidados".
A justiça venezuelana ordenou hoje a detenção do opositor Leopoldo López, que se refugiou na embaixada espanhola depois de ter estado ao lado do autoproclamado presidente Juan Guaidó, anunciou esta quinta-feira o Supremo Tribunal da Venezuela.
O Supremo Tribunal de Justiça venezuelano deu indicações à polícia para deter Leopoldo López, por este ter violado os termos da sua prisão domiciliária.
"O tribunal decidiu emitir um mandado de detenção para os serviços de inteligência (Sebin), visando o cidadão Leopoldo López", refere o Supremo em comunicado, sobre a decisão tomada por um tribunal inferior.
López, que cumpria uma pena de quase 14 anos em regime de prisão domiciliária por liderar protestos contra o Governo em 2014, foi libertado na terça-feira por militares, devido a "um indulto presidencial" de Juan Guaidó, autoproclamado Presidente interino da Venezuela que já foi reconhecido por mais de 50 países.
Leopoldo López apareceu no exterior de uma base militar em Caracas com o líder da oposição, Juan Guaidó, que instou os militares a derrubarem o Presidente do país, Nicolás Maduro.
Ao final do dia, Leopoldo López e a sua família entraram na embaixada chilena e mais tarde seguiram para a embaixada espanhola na Venezuela.
Juan Guaidó desencadeou na madrugada de terça-feira um ato de força contra o regime de Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.
O regime de Maduro, que tem o apoio da Rússia, além de Cuba, Irão, Turquia e alguns outros países, ripostou considerando que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado e não houve progressos na situação, aparentemente dominada pelo regime.