O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse esta terça-feira que os cidadãos nacionais que tenham dificuldades em contactar as famílias na Venezuela devem recorrer à embaixada ou aos movimentos associativos da comunidade lusófona naquele país.
"Os portugueses que tenham dificuldades em contactar as famílias podem fazer o contacto com a embaixada ou procurar articular-se com o movimento associativo português", afirmou José Luís Carneiro, lembrando que as associações naquele país estão "em contacto com milhares de portugueses".
Em conferência de imprensa realizada ao início da noite desta terça-feira em Lisboa, José Luís Carneiro admitiu que "possa haver interrupções ou falhas dos serviços consulares", tendo em conta que "algumas vias de comunicação foram bloqueadas durante a tarde de hoje".
O secretário de Estado lembrou que a embaixada e o consulado têm estado desde o início da manhã em contacto com a comunidade portuguesa e, até às 20 horas, não havia registo de qualquer incidente envolvendo portugueses.
Além das informações transmitidas pelos conselheiros portugueses e pelos cônsules honorários -- que não reportaram qualquer caso de violência -, o Governo também tem vindo a acompanhar a situação junto de "25 grupos de WhatsApp", uma rede social através da qual é possível estar em contacto "com milhares de portugueses" que estão espalhados por todo o território da Venezuela, explicou.
Até àquela hora também não tinha havido nenhum pedido de ajuda por parte de portugueses, mas o secretário de Estado reconheceu que a situação possa vir a mudar: "É natural que venha a acontecer nas próximas horas", declarou.
Questionado sobre a atuação do Governo em caso de a situação de violência na Venezuela se agravar, José Luís Carneiro garantiu que "o Estado Português tem respostas pensadas", mas que serão sempre adequadas à situação que se venha a registar.
O secretário de Estado referiu que a "vontade dos portugueses é que haja uma solução política" que lhes permita permanecer no país", mas tal só será possível com a realização de "eleições livre e justas".
As declarações do secretário de Estado foram feitas depois de uma reunião para acompanhamento da situação na Venezuela, na qual estiveram a ministra da Presidência, o ministro da Defesa Nacional e a secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, além de José Luís Carneiro.
O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou esta terça-feira que os militares deram "finalmente e de vez o passo" para o acompanhar e conseguir "o fim definitivo da usurpação" do Governo do presidente Nicolás Maduro.
"O 1 de maio, o fim definitivo de usurpação começou hoje", disse Guaidó num vídeo publicado na sua conta na rede social Twitter, no qual está acompanhado por um grupo de soldados na base de La Carlota, a leste de Caracas.
O Governo do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou, por seu lado, que está a enfrentar um golpe de Estado, de "um reduzido grupo de militares traidores" que estão a ser neutralizados.