A Câmara Municipal do Porto confirmou que mantém de pé o interesse na compra da casa onde nasceu Almeida Garrett que ardeu na madrugada deste sábado. Pretende ainda dar continuidade ao processo para declarar o edifício de interesse municipal.
Um incêndio destruiu o interior do prédio onde nasceu Almeida Garrett no centro histórico do Porto, na madrugada deste sábado, na zona das Virtudes. O prédio, com quatro pisos e duas fachadas, viu nascer o escrito em 1799 e recentemente despertou o interesse da Câmara Municipal do Porto que naquele local pretendia instalar um polo do Museu do Liberalismo.
De acordo com a câmara, o interesse em adquirir o edifício mantém-se apesar do incêndio que consumiu todo o interior e deixou apenas ficar as fachadas. As chamas foram extintas por volta das 4 horas da madrugada. O edifício foi comprado há cerca de dois anos e é propriedade privada.
Além da intenção de aquisição, nos planos da câmara está ainda declarar o edifício de interesse municipal. "Vamos, primeiro, perceber o valor que a casa tem. Depois, entrar em contacto com os proprietários e perceber até que ponto conseguiremos chegar a um bom desfecho", afirmou, no final, de março, o autarca Rui Moreira, no final da reunião em que foi aprovado por unanimidade a proposta da vereadora da CDU Ilda Figueiredo para a compra do edifício.
Na altura, o independente referiu que a autarquia tinha em vista a realização das "comemorações condignas do aniversário da Revolução Liberal", de agosto de 1820, no Porto. Este "foi um marco fundamental e é até, na Europa, um facto iniciador do constitucionalismo. Temos um grupo de trabalho presidido por Vital Moreira, estando em preparação exposições e um conjunto de colóquios nacionais e internacionais", acrescentou Rui Moreira.
Sobre o prédio, o autarca admitiu "pedir uma avaliação externa para saber o valor comercial" do imóvel, bem como "perceber de que forma está ocupada e até que ponto é possível chegar a acordo com os senhorios e inquilinos da habitação".
A proposta de recomendação apresentada pela CDU e aprovada pelo executivo defendia a aquisição da casa onde nasceu Almeida Garrett, na Rua Dr. Barbosa de Castro, para instalar "um polo do museu do Liberalismo".
"Tendo sido o Porto o berço da Revolução Liberal de 1820, de que se irão comemorar os 200 anos no próximo ano, é importante que, desde já, se procure adquirir a casa onde nasceu um dos maiores vultos do liberalismo e do romantismo, Almeida Garrett, visando instalar aí o que pode vir a ser um polo do museu do liberalismo", justificava a recomendação.
"A defesa do património material e imaterial do Porto deve ser uma vertente importante da política nacional cabendo à autarquia um papel significativo e convergente", conclui o documento.