Os Bombeiros de Condeixa-a-Nova tornaram-se esta quarta-feira os primeiros em todo o país a fazer o transporte de combustível, perante a crise provocada pela greve dos motoristas dos transportes de matérias perigosas. A corporação irá ficar com uma reserva de gasóleo para 20 dias.
Ao início da noite, desta quarta-feira, um veículo pesado dos Bombeiros Voluntários de Condeixa-a-Nova furou a paralisação nacional, que está a deixar centenas de estações de serviço sem combustível, para carregar 30 mil litros de gasóleo a partir da central Prio, instalada no Porto de Aveiro.
A cisterna foi cedida pela empresa Tiel e o combustível destina-se ao Intermarché local, que além de ter dado permissão a que os bombeiros pudessem entrar no Porto de Aveiro ainda garante a reserva de 10 mil litros daquele gasóleo para a corporação, apurou o JN. Ou seja, os outros 20 mil litros serão para o supermercado vender.
A entrada do veículo de apoio logístico especifico [VALE] dos bombeiros, acompanhado pela GNR; provocou a estupefação em Aveiro, principalmente entre os grevistas.
Ao JN, o comandante da corporação, Fernando Gonçalves, explicou que o combustível em causa "vai permitir ter uma segurança de contar com 10 mil litros, que correspondem a 20 dias de consumo" por parte dos bombeiros. "Não será só para urgência, porque fazemos muitos serviços. Temos de transportar diariamente 60 doentes para sessões de hemodiálise ou fisioterapia, e era preciso assegurar que não deixaremos de dar essas respostas", acrescentou.
"Junto do Intermarché consumimos cerca de 500 euros diários em combustível, por isso estabelecemos uma parceria e chegámos a esta solução", disse ainda o responsável, frisando que o bombeiro que está a conduzir "tem a documentação necessária para fazer este serviço excecional".
Em reação a esta notícia, a corporação dos Bombeiros de Condeixa emitiu entretanto um comunicado, que colocou no Facebook e onde garante que "este processo foi validado pelas autoridades competentes". "Relembramos que não só as situações de emergência colocam em causa vidas humanas, por exemplo a não realização de diálise aos doentes insuficientes renais, poderá também provocar o agravamento ou mesmo a morte. Os serviços de segurança e socorro têm de ter sempre a sua missão assegurada", lê-se na publicação.