O Governo tem estado a ponderar e a discutir a própria demissão caso seja forçado a dar uma resposta aos professores, no Parlamento, sobre a contabilização integral do tempo de serviço.
A notícia é avançada pela Rádio Renascença, esta terça-feira, citando um "dirigente socialista próximo do primeiro-ministro António Costa", que diz que a resposta aos professores é financeiramente "insustentável" e que terá de ser dada também a outras carreiras.
Diz o executivo que seriam necessários 630 milhões de euros para responder à exigência dos professores de reposição total do tempo de serviço congelado.
A mesma fonte afirma que "é mesmo preciso dramatizar", uma vez que o Parlamento discute, esta terça-feira, quatro apreciações parlamentares, que respondem às reivindicações dos professores sobre a contagem do tempo de serviço. A votação das apreciações parlamentares acontece na quarta-feira, depois do debate quinzenal dos deputados com o primeiro-ministro.
"O que está em causa é a sustentabilidade das finanças públicas"
Em reação à notícia, fonte do Governo considerou que a eventual aprovação pelo parlamento de propostas para a contabilização integral do tempo de serviço antes congelado aos professores colocará em causa a sustentabilidade das contas públicas nacionais.
"O que está em causa é a sustentabilidade das finanças públicas e não a sustentabilidade do Governo", declarou à agência Lusa fonte do executivo.
Segundo o Governo, além do impacto direto resultante de uma decisão nesse sentido relativa aos professores, acima dos 550 milhões de euros, fonte do executivo refere também que, numa situação dessas, a medida teria depois de ser estendida a outros setores profissionais em idênticas circunstâncias, o que faria "aumentar ainda mais o impacto do acréscimo de despesa nas contas públicas nacionais".