João Ataíde, atual Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, vai ser o sucessor de Carlos Martins à frente da Secretaria de Estado do Ambiente. A tomada de posse é já quinta-feira.
A nomeação do autarca surge na sequência do pedido de demissão de Carlos Martins, que saiu após se saber que tinha tido o primo como adjunto no gabinete nos últimos dois anos e meio.
Segundo uma nota publicada no site da Presidência da República, "sob proposta do Primeiro-Ministro, o Presidente da República exonerou Carlos Manuel Martins das funções de Secretário de Estado do Ambiente e nomeou para aquelas funções João Albino Rainho Ataíde das Neves, atual Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz". "A posse terá lugar na próxima quinta-feira, 11 de abril, pelas 18h00, no Palácio de Belém.".
Com 60 anos e antigo diretor nacional adjunto da Policia Judiciária de Coimbra e do Porto, João Ataíde está à frente da Câmara da Figueira da Foz há uma década.
O novo membro do Governo é um juiz desembargador do Tribunal da Relação de Coimbra, que está em licença sem vencimento desde que assumiu os destinos da autarquia.
Além de presidente do Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra integra também a Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA), junto da Assembleia da República.
Carlos Martins demitiu-se na última quinta-feira, 4 de abril, na sequência da nomeação de Armindo dos Santos Alves, o primo que saiu da Câmara de Loures, em 2016, rumo ao seu gabinete.
O agora ex-secretário de Estado do Ambiente apresentou o pedido de demissão na Costa Rica, para onde viajou nas horas em que veio a lume o caso.
O primo de Carlos Martins demitiu-se no dia anterior, 3 de abril, após o Ministério do Ambiente ter sido confrontado com tal ligação familiar, tendo-se tornado a primeira saída provocada pela polémica da teia de nomeações de amigos e familiares dos governantes.
O ministro do Ambiente, José Matos Fernandes, assegurou que desconhecia que Carlos Martins e Armindo dos Santos Alves eram primos.
Lembre-se que Carlos Martins já se tinha sido uma pedra no sapato do ministro quando, em meados de 2016, se soube que declarou ao Tribunal Constitucional como morada permanente uma casa no Algarve, que tinha comprado dias antes de o Governo tomar posse. Mas o ex-governante vivia em Cascais.
No verão de 2016, devolveu depois os 2.616,28 euros em subsídios que recebeu de apoio à deslocação entre a residência declarada e o Ministério do Ambiente, desde novembro de 2015.