O líder Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, defende um novo debate na quarta-feira sobre as opções alternativas para o Brexit, depois de as quatro propostas terem sido rejeitadas esta segunda-feira.
"Desapontado" por nenhuma das quatro opções ter conseguido reunir uma maioria, o líder da oposição lembrou que o Acordo de Saída negociado pelo governo com Bruxelas foi chumbado com margens maiores três vezes.
"Se o acordo da primeira-ministra mereceu três votações, então eu sugiro que a Câmara deve ter a oportunidade de considerar outra vez as opções que tivemos hoje", disse, após o anúncio dos resultados.
Ian Blackford, líder parlamentar do Partido Nacionalista Escocês (SNP), afirmou que "seria um escândalo" o governo submeter o Acordo de Saída pela quarta vez.
"Reconheço estar desiludido porque não ganhámos com a proposta de revogar o artigo 50.º, nem de fazer um novo referendo", disse, mostrando-se disposto a "ver onde podemos encontrar consenso e trabalhar juntos".
Já para o conservador Nick Boles, a derrota da proposta "Mercado Comum 2.0", que previa a manutenção do Reino Unido no mercado único, por 282 votos contra e 261 a favor (uma diferença de 21 votos), foi uma consequência da falta de apoio dentro do governo, pois foi endossada pelo "Labour" e o SNP.
"Dei tudo numa tentativa de encontrar um compromisso que tirasse o nosso país da União Europeia, mas mantendo a nossa força económica e coesão política. Aceito que falhei, sobretudo porque o meu partido recusa fazer um compromisso", afirmou no fim, anunciando o abandono do grupo parlamentar.
Os deputados britânicos rejeitaram, esta segunda-feira à noite, as quatro opções alternativas ao acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) concluído pela primeira-ministra, Theresa May, que já chumbaram três vezes.
Os deputados britânicos já tinham tentado assumir o controlo do processo de saída do Reino Unido da UE na semana passada, propondo soluções para ultrapassar o impasse em que o país se encontra, mas foi em vão: divididos quanto ao formato que deverá ter o divórcio do bloco comunitário, acabaram por votar contra os oito cenários em análise.
Após o adiamento do Brexit, inicialmente agendado para 29 de março mas atualmente previsto para 12 de abril, e para tentar romper o impasse no parlamento contra uma saída sem acordo, mas também desfavorável ao Acordo de Saída, os deputados dispuseram-se a realizar "votos indicativos", apesar de não terem caráter vinculativo.