O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, demitiu o ministro da Energia Elétrica, o general Luis Motta Domínguez, e nomeou para o seu lugar o engenheiro Igor Gaviria, alteração que ocorre no meio da crise dos apagões.
Na rádio e televisão públicas, o líder chavista indicou que o novo titular da pasta, o engenheiro elétrico com 25 anos de experiência na indústria, também preside desde segunda-feira à estatal Corporación Eléctrica (Corpoelec).
Igor Gaviria assume todo o comando da eletricidade na Venezuela, um dia depois de o Governo ter posto em marcha um plano de racionamento energético "para a nova etapa" que o país terá de enfrentar para derrotar a "guerra elétrica", indicou Nicolás Maduro.
Esta segunda-feira, precisamente, os venezuelanos saíram às ruas de várias cidades para voltar a protestar contra novos apagões elétricos, a falta de água e de transportes, enquanto esperam por informação oficial sobre o racionamento de energia anunciado pelo presidente Nicolás Maduro.
Os protestos decorreram em várias zonas de Caracas e em cidades como Maracaibo, Maracay, Barquisimeto, Valência, Mérida, Los Teques, entre outras.
Muitos residentes na capital tiveram de fazer vários quilómetros para irem trabalhar, numa jornada de horário reduzido (até às 14 horas), porque as falhas de energia elétrica ocorridas na manhã impediram o Metropolitano de prestar o serviço.
Na Venezuela, o mês de abril começou com cortes parciais no abastecimento de eletricidade em 21 dos 24 Estados do país: Anzoátegui, Apure, Arágua, Barinas, Carabobo, Cojedes, Distrito Capital (Caracas), Falcón, Guárico, Lara, Miranda, Mérida, Monágas, Nova Esparta, Portuguesa, Sucre, Táchira, Trujillo, Yaracuy, Vargas e Zúlia.
O presidente venezuelano anunciou no domingo à noite um plano de 30 dias de racionamento da eletricidade, mas de momento não foi avançada qualquer informação adicional sobre o horário em que será aplicado.
Segundo o ministro da Comunicação e Informação venezuelano, Jorge Rodríguez, o Governo decidiu manter a suspensão das atividades educativas e decretar a redução do horário de trabalho até às 14 horas locais, como parte dos esforços para estabilizar o serviço de energia elétrica.
No passado dia 07 de março, uma falha na barragem de El Guri (a principal do país) deixou a Venezuela às escuras durante uma semana.
Em 25 de março último, ocorreu um novo apagão que afetou pelo menos 18 dos 24 Estados, incluindo Caracas, que estiveram às escuras, total ou parcialmente, pelo menos durante 72 horas.
Na última sexta-feira, pelo menos 21 dos 24 Estados ficaram às escuras e 24 horas depois as falhas elétricas fizeram sentir-se em pelo menos 20 Estados.
Na Venezuela são cada vez mais frequentes e prolongadas as falhas no fornecimento de eletricidade, passando de pequenos a grandes apagões que chegam a afetar a totalidade do território.
O governo atribui as falhas a atos de sabotagem de opositores apoiados pelo Estados Unidos, enquanto que a oposição acusa o regime de não fazer os investimentos necessários no setor e tem denunciado, desde há vários anos, falhas na manutenção e ausência de peças de reparação.
Desde 2005 que engenheiros alertam que o país poderia registar um apagão geral, devido às condições precárias do sistema de distribuição.
Segundo a imprensa local, devido à crise política, económica e social, centenas de empregados da Corpoelec abandonaram o país à procura de melhores condições no estrangeiro.