A Venezuela condenou este sábado as sanções económicas impostas pelo Departamento do Tesouro dos EUA contra cinco instituições financeiras venezuelanas, incluindo duas subsidiárias na Bolívia e no Uruguai.
As sanções foram anunciadas na sexta-feira, em resposta à detenção, na véspera, do advogado e deputado Roberto Marrero, chefe do gabinete do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
"A Venezuela condena energicamente as medidas unilaterais, coercivas, arbitrárias e ilegais anunciadas pelo governo supremacista de Donald Trump, que afetam o Banco de Desenvolvimento Económico e Social da Venezuela (BANDES) e quatro importantes instituições financeiras venezuelanas e de capital venezuelano", segundo um comunicado divulgado em Caracas.
O documento, divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, salienta que as novas sanções visam "cercear o direito dos venezuelanos ao seu desenvolvimento integral e à sustentabilidade do seu sistema financeiro nacional e internacional".
"Este ataque atenta diretamente contra o coração das finanças do povo venezuelano, demonstra a hipocrisia imperial, que oferece de maneira enganadora uma falsa ajuda humanitária, enquanto ataca as fontes de geração de recursos da Venezuela através de sanções diretas à PDVSA (petrolífera estatal) e Minerven (mineira estatal), e agora contra o circuito financeiro nacional, com a intenção de impedir a materialização dos planos sociais e produtivos, impulsionados pelos agentes económicos públicos e privados do país", acusam as autoridades.
Segundo Caracas esta medida centenas de milhar de indivíduos e empresas públicas e privadas e é ainda dirigida aos dois principais bancos comerciais, o Banco de Venezuela (BDV) e o Banco Bicentenário do Povo, da Classe Trabalhadora, das Mulheres e Comunas.
"A medida também afeta de maneira direta os cidadãos de países irmãos do continente, ao ter sido dirigido o ataque para o Banco Prodem na Bolívia e o Banco Bandes Uruguai, com mais de 640 mil clientes", precisa.
O comunicado conclui explicando que o povo e o Governo da Venezuela se manterão "firmes na defesa de sua independência e soberania política, económica e cultural".
Roberto Marrero, advogado de profissão, foi detido na madrugada de quinta-feira, na sua casa por cerca de 50 membros dos serviços secretos venezuelanos (SEBIN).
A detenção foi denunciada por Juan Guaidó, que se referiu ao acontecimento como uma violação da imunidade parlamentar e um "sequestro".
Entretanto, o Governo venezuelano acusou Roberto Marrero, de dirigir uma célula terrorista que pretendia desestabilizar o país.
Vários países e organismos internacionais já questionaram a detenção do chefe de gabinete de Guaidó, entre eles os Estados Unidos, que exigem a imediata libertação.