A Boeing terá vendido os aviões 737 Max que caíram na Indonésia e na Etiópia sem duas características de segurança que tem à disposição das companhias aéreas por um custo adicional.
Apesar de ainda não haver certezas sobre o que terá feito cair tanto o voo 610 da Lion Air como o voo 302 da Ethiopian Airlines, as investigações iniciais dão conta de que os dados de voo mostram claras semelhanças entre os dois incidentes, relata o jornal norte-americano The New York Times.
As duas características de segurança em falta serão: um "indicador de ângulo de ataque" e um "ângulo de ataque que discordam da luz", ambos não incluídos na aeronave pela Boeing como padrão de segurança, segundo relata o New York Times.
Às companhias aéreas cabe decidir se querem por upgrades (extras) para um avião padrão - uma prática comum entre os fabricantes de aeronaves e que os permite cobrar custos extra, mas muitas das companhias optam por não adquirir os extras para poupar.. Muitas vezes estes extras são referentes a recursos estéticos relacionados a assentos ou iluminação, mas neste caso os extras são relevantes para a pilotagem dos aviões.
Os reguladores não exigem que as companhias aéreas comprem extras opcionais, e muitas companhias aéreas de baixo custo optam por não fazê-lo.
A Boeing já comunicou às companhias aéreas que espera ter um novo software pronto até o final do mês, e que a luz em advertência do cockpit previamente opcional se tornará um recurso padrão em todos os novos aviões 737 Max, relata a agência Reuters. O indicador do ângulo de ataque continuará a ser um extra opcional que as companhias aéreas podem comprar.
Os acidentes aéreos da Etiópia e da Indonésia provocaram 350 mortes.