Uma jovem de San Juan, na Argentina, denunciou o pai e o irmão por alegadamente a terem violado desde os nove anos. Foi o namorado que a convenceu a denunciar os agressores depois de ela lhe ter contado o inferno que viveu.
Com 16 anos, a jovem denunciou às autoridades que, depois de quatro anos abusada sexualmente pelo pai, o irmão também a começou a violar, adianta o jornal "La República".
Aos 15 anos, ficou grávida e abortou aos três meses de gestação. Quando contou à mãe, a mulher, em vez de a ajudar, avisou-a para acostumar-se aos abusos e levou-a a um hospital para que lhe colocassem um DIU - um dispositivo intra-uterino anticoncecional. Assim, já não voltaria a engravidar.
Questionados pelas autoridades, logo depois da denúncia da jovem, os acusados defenderam-se, argumentando que tudo não passava de uma vingança porque ninguém lhe tinha dado prendas quando fez 15 anos.
Após analisar as provas recolhidas, o juiz Benedicto Correa deu razão à jovem e ordenou a prisão do pai e do filho, de 50 e 22 anos, respetivamente, e também da mãe.
A versão da vítima não é apenas apoiada pela declaração do namorado e da madrinha, mas também por uma avaliação psicológica realizada logo após uma denúncia. Há ainda os registos do hospital onde a jovem fez o aborto.
O julgamento que vai ditar as penas começou na passada semana. Os homens são acusados de abuso sexual e a mãe da jovem é suspeita de ter facilitado as agressões.
Nas últimas semanas, um conjunto de casos de violência sexual tem marcado a Argentina. Uma menina de 11 anos foi obrigada a dar à luz mesmo depois de ter pedido para abortar. A criança engravidou por ter sido violada pelo namorado da avó.