O parlamento britânico vai realizar um voto sobre o Brexit na terça-feira, confirmou esta segunda-feira um porta-voz da primeira-ministra, Theresa May, perante a especulação sobre a sua realização ou sobre o que vai ser votado.
O voto "vai realizar-se amanhã [terça-feira], garantiu o porta-voz hoje, durante o encontro diário com os jornalistas parlamentares, escusando-se, no entanto, a dar pormenores sobre o que vai ser proposto para votação.
Theresa May tinha prometido há duas semanas submeter aos deputados um acordo reformulado para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), na sequência de negociações com Bruxelas a propósito da solução de último recurso para a Irlanda do Norte, designada por 'backstop'.
O Acordo de Saída negociado com Bruxelas precisa de ser aprovado num "voto significativo" na Câmara dos Comuns para ser ratificado, mas foi chumbado em janeiro por uma margem de 230 votos, incluindo 118 de deputados da formação partidária do Governo, o partido Conservador.
Se o Acordo for chumbado pela segunda vez, o executivo deverá fazer uma declaração ainda na terça-feira para dar ao parlamento, numa série de votos, a opção de sair da UE sem um acordo ou de pedir aos líderes europeus um adiamento do 'Brexit' para depois de 29 de março.
O porta-voz de Theresa May disse que "as negociações continuam" a um nível técnico entre as equipas do Reino Unido e da UE para sair do impasse e que existe uma "determinação comum de ambas as partes para encontrar uma solução".
O porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, adiantou hoje que não estão planeadas mais reuniões "ao nível político" para esta semana, mas disse que os dois lados permanecem "em contacto estreito" e confirmou que o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, falou ao telefone no domingo com May.
O jornal The Times noticiou esta manhã que a primeira-ministra estaria a ser pressionada para mudar os termos da declaração que vai apresentar para votação para evitar uma potencial derrota, o que implicaria adiar o 'voto significativo' ao Acordo.
A antiga deputada conservadora, agora parte do Grupo Independente que também inclui dissidentes trabalhistas, Anna Soubry criticou esta possibilidade, alegando que a "hesitação tem de acabar".
"Primeiro precisamos de evitar uma saída sem acordo, e depois, de fazer progresso real. Precisamos de votos no parlamento para ver se existe consenso", disse à Sky News a propósito de uma proposta para uma série de votos indicativos sobre diferentes opções para o 'Brexit'.