O Paquistão manifestou-se pronto para libertar um piloto da força aérea indiana capturado na quarta-feira, com o objetivo de ajudar a "reduzir a tensão" com a Índia, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros paquistanês.
"Estamos prontos para entregar o piloto indiano se isso conduzir à redução da tensão" na crise que eclodiu na terça-feira entre os dois países vizinhos em torno da região da Caxemira, disse um porta-voz, atribuindo a declaração ao ministro do Negócios Estrangeiros, Shah Mehmood Qureshi.
O exército paquistanês afirmou, na quarta-feira, que derrubou dois aviões indianos no espaço aéreo paquistanês, um dos quais caiu na Caxemira indiana e outro na Caxemira paquistanesa, e capturou um piloto indiano, de quem publicou imagens.
A Índia, por sua vez, admitiu ter perdido um Mig-21 no confronto aéreo com o Paquistão e pediu o "retorno imediato e seguro" do seu piloto, agora celebrado como um herói no seu país.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Paquistão declarou também que a Índia lhe entregou os seus arquivos sobre o atentado que ocorreu na Caxemira indiana este mês, como um sinal do alívio das tensões entre os dois países, que possuem armas nucleares.
O atentado suicida de 14 de fevereiro atingiu as forças paramilitares indianas na Caxemira, matando 40 soldados e levando a esta dramática escalada entre a Índia e o Paquistão.
As relações entre as duas potências nucleares da Ásia estão a passar por uma forte tensão, depois de os militares indianos terem informado na terça-feira que tinham feito um "ataque preventivo" no Paquistão contra um campo de treino do grupo islamita Jaish-e-Mohammed (JeM), que reivindicou o atentado-suicida de dia 14.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros sublinhou que o lado paquistanês examinará o "dossier" que Islamabad recebeu hoje por meio de canais diplomáticos.
A iniciativa indiana de compartilhar informações ocorreu depois de o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, ter sugerido conversações com a Índia.
O Paquistão também disse que atuará contra os que estão ligados ao atentado na Caxemira se informações dos serviços de informação forem compartilhadas.