O BE estreou-se na corrida a Bruxelas com um manifesto que põe o Governo de António Costa debaixo de fogo e onde as críticas à gestão socialista superam em muito os elogios.
Os bloquistas repescam o tom a que habituaram até às eleições de 2015, elegendo a renegociação de dívida "impagável" como uma das maiores exigências.
Com Marisa Matias como cabeça de lista, o partido acusa o PS de manter o investimento público "em mínimos históricos", bem como a despesa com serviços públicos, e admitem que possa estar a caminho "uma nova crise financeira".
A renegociação da "dívida absolutamente impagável" - a grande bandeira eleitoral do BE em 2015 e que perdeu fulgor ao longo da legislatura - é a maior exigência no manifesto à eleição de 26 de maio. Nele, a Europa é descrita como uma "União desigual", que não responde às necessidades dos europeus e às várias crises que batem à porta, como a "catástrofe" dos refugiados.
Bruxelas transparente
Com 35 páginas e conhecido esta sexta-feira, quando Marisa Matias deu o pontapé de saída para a campanha, com um comício em Coimbra, o manifesto de "A força que faz a diferença" alerta que o projeto europeu dá sinais "da desagregação de um projeto sem rumo" e de "ascensão da extrema-direita".
Pede-se o fim das desigualdades sociais e económicas. E também uma maior transparência em Bruxelas, já que "as instituições funcionam ao serviço dos interesses financeiros e do lobby das grandes corporações".
As críticas ao Governo PS, por se submeter "às imposições europeias", são muitas: despesa com serviços públicos "insuficiente", lei laboral que promove a precariedade e "compressão dos salários".