As inundações das últimas semanas, no norte da Austrália, estão a afetar a Grande Barreira de Coral, o maior recife coral do mundo.
A água poluída das inundações provocadas pelas chuvas intensas, em Queensland, no norte da Austrália, está a espalhar-se pela Grande Barreira de Coral, localizada no Mar de Coral, um Património Mundial da UNESCO desde 1981, que se estende ao longo de cerca de 2400 quilómetros, na costa Leste da Austrália.
Investigadores do Instituto Australiano de Ciências Marinhas descobriram que o escoamento das inundações, com águas carregadas de sedimentos, espalhou-se por até 60 quilómetros e pode devastar a vida marinha da Grande Barreira de Coral.
"A maior preocupação no momento é a redução de luz que, se persistir por muito mais tempo, poderá originar uma asfixia do ecossistema", afirmou Jane Waterhouse, cientista da unidade de investigação TropWATER, da Universidade James Cook, à BBC.
A água poluída das inundações não dispersou devido ao elevado volume e à recente falta de vento no norte da Austrália. "Geralmente, um pouco de ação do vento e das ondas pode dispersar as águas rapidamente, mas não temos vento, então estão apenas lá", disse Frederieke Kroon, do Instituto Australiano de Ciências Marinhas, à ABC australiana.
A Grande Barreira de Coral está a enfrentar outras ameaças, como o branqueamento de corais, fenómeno provocado pela temperatura quente da água, que faz com que os corais expulsem algas essenciais do interior. Eventos de branqueamento em massa ocorreram em 2016 e 2017.
O norte da Austrália foi atingido por inundações nas últimas semanas, que alagaram casas, escolas e aeroportos, depois das chuvas intensas que se fizeram sentir. Os habitantes da cidade de Townsville, em Queensland, tiveram que lidar também com o perigo da presença de cobras e crocodilos.