O presidente do PSD defendeu esta segunda-feira que o partido deve decidir cenários pós-eleitorais "em função do que é melhor para o país", questionado sobre uma eventual viabilização de um Governo minoritário do PS após as legislativas.
Em entrevista ao 'podcast' "Perguntar Não Ofende", do comentador Daniel Oliveira, Rui Rio foi questionado se continua a admitir viabilizar um governo minoritário do PS depois das legislativas de 06 de outubro, como fez antes das eleições internas, e começou por reiterar que o PSD "irá, naturalmente, às eleições para ganhar".
"É função do BE e do PCP procurar tirar o CDS e o PSD da esfera do poder e, penso eu, deve ser tarefa do PSD e CDS tirar BE e PCP da esfera do poder. A forma como isso se pode fazer, os resultados eleitorais ditarão", defendeu.
Perante a insistência do entrevistador, o líder social-democrata disse entender que "o que o PSD deve fazer é colocar o interesse nacional em primeiro lugar e, em função do resultado eleitoral, agir".
"Imagine que o PS quereria que o PSD o apoiasse a troco disto ou daquilo, a troco disto ou daquilo não, mas a troco de alguma coisa importante para o país, aí teríamos de medir e ouvir o que o partido diria (...). No limite não sou eu que decido, há um Conselho Nacional que vai decidir, em função das circunstâncias, aquilo que é melhor para o país. Mas nós vamos para eleições para ganhar", afirmou.
"Pelo contrário, espero que o PS seja colaborante se eu ganhar sem maioria absoluta", contrapôs.
Na entrevista, gravada ao vivo no Teatro São Luiz, em Lisboa, e que estará disponível na íntegra nos próximos dias em
www.perguntarnaoofende.pt, Rio referiu-se aos acordos interpartidários, que considerou serem necessários entre os partidos para concretizar reformas estruturais.
"Com eleições europeias em 26 de maio, não vou fazer acordo nenhum com os partidos em 25 de maio. O clima em 2019 não é para isso, mas em 2018 podia ser e espero que em 2020 também", afirmou.
Rio adiantou ainda que, nas legislativas, deverá ser cabeça-de -lista pelo Porto e elencou os três critérios essenciais para a escolha dos futuros deputados sociais-democratas, que será articulada entre as estruturas locais e a direção nacional: "Competência, dedicação e lealdade".
Questionado se deixará a liderança do PSD se perder as legislativas, Rio respondeu que "vai depender de muitos fatores".
"Há vitórias e vitórias, há derrotas e derrotas, as coisas não são todas iguais", disse, admitindo que não teria condições para continuar se existisse "uma diferença brutal" entre PSD e PS nas urnas, mas insistiu que o mesmo é válido para os líderes de todos os partidos.