A mais antiga ponte em betão armado do país, entre Amares e Vieira do Minho, distrito de Braga, vai ser "de imediato" fechada a todo o trânsito automóvel, por razões de segurança.
O presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira, disse, esta terça-feira, à Lusa que a ponte de Parada, também conhecida por ponte do Bôco, "já tem o ferro à mostra" e apresenta "algumas fissuras".
"Estamos a falar da mais antiga ponte do país em betão armado, com mais de 100 anos, e com a segurança não se brinca. Vai ser fechada ao trânsito automóvel ainda esta semana, porque mais vale prevenir do que remediar e não queremos ficar com o ónus de um eventual colapso", referiu.
As duas câmaras encomendaram ao professor da Universidade do Minho José Sena Cruz a elaboração de um estudo sobre o estado da ponte e de um caderno de encargos com todos os custos inerentes a uma intervenção de fundo na estrutura.
"Só depois é que se verá qual a melhor solução, que até pode passar pela construção de uma nova ponte", sublinhou o presidente da Câmara de Vieira do Minho, António Cardoso.
Aquela ponte sobre o rio Cávado foi construída entre 1908 e 1909 e faz a ligação entre o lugar de Aldeia, freguesia de Parada do Bouro, concelho de Vieira do Minho, e o lugar de Dornas, freguesia de Bouro (Santa Maria), concelho de Amares.
As câmaras já tinham colocado sinalização a proibir a passagem de pesados, mas, segundo Manuel Moreira, "os camiões continuaram sempre a passar".
Por isso, desta vez, as câmaras vão optar pela colocação de "barreiras físicas".
Os dois autarcas reconhecem que o corte da circulação causa "grandes transtornos", sobretudo aos pesados, que serão obrigados a um trajeto extra de "seguramente mais de 20 quilómetros".
Já para os ligeiros, o desvio deverá rondar os cinco quilómetros.
Com um tabuleiro de 33 metros de comprimento e com apenas uma faixa de rodagem, a ponte do Bôco está classificada como imóvel de interesse público.