O número de jornalistas mortos em todo o mundo em retaliação pelo seu trabalho quase duplicou este ano, de acordo com um relatório anual do Commité para a Proteção dos Jornalistas.
A organização sem fins lucrativos sediada em Nova Iorque adiantou que dos 53 jornalistas mortos, 34 foram assassinados em retaliação pelo seu trabalho. Além dos homicídios por retaliação, os restantes jornalistas morreram em combate, fogo cruzado, ou em outras missões perigosas.
O país mais letal para jornalistas este ano foi o Afeganistão, onde 13 jornalistas foram mortos na sequência de atentados reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, segundo o relatório.
O ataque mais mortal contra a imprensa na recente história dos Estados Unidos ocorreu a 28 de junho, quando um atirador em Annapolis, Maryland, abriu fogo na redação da Capital Gazette e matou quatro jornalistas.
O número de jornalistas presos em todo o mundo por exercerem a sua profissão aumentou pelo terceiro ano consecutivo, chegando aos 251, a maioria na Turquia, já tinha anunciado o Commité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) a 13 de dezembro.
Este é o número recorde desde que existe registo por parte do CPJ, que destacou que um mundo com centenas de jornalistas em prisão converteu-se numa "nova normalidade".
A Turquia, com 68 jornalistas encarcerados, é o país que lidera a classificação, seguido pela China com 47, o Egito com 25 e a Arábia Saudita com 16.
Cerca de 70% dos jornalistas que se encontram em prisão em todo o mundo são acusados de delitos contra o Estado.
A revista Time escolheu, na sua última publicação, um grupo de jornalistas para a Figura do Ano a que chama de "os guardiões", que foram presos ou assassinados durante 2018, pela sua "luta pela verdade".
Foram nomeados, entre outros, Jamal Khashoggi, o jornalista saudita assassinado na embaixada da Arábia Saudita na Turquia, em outubro passado, ou ainda os quatro jornalistas do jornal Capital Gazette.
Dois jornalistas da agência Reuters entram na lista, Wa Lone e Kyaw Soe Oo, condenados a sete anos de prisão, em setembro, acusados de terem revelado segredos de Estado, no decurso de uma investigação sobre massacres de muçulmanos rohingya.
A lista termina com Maria Ressa, jornalista filipina cujo site (Rappler) foi processado por difamação pelo governo das Filipinas, após uma investigação sobre corrupção.