Os militares norte-americanos destacados por Donald Trump para a fronteira sul do país antes das eleições legislativas intercalares, para impedir a entrada de uma caravana de migrantes centro-americanos, vão começar a retirar esta semana.
Cerca de 2200 militares retirarão até ao Natal, segundo os mesmos responsáveis, citados pela agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) a coberto do anonimato, assim reduzindo um destacamento interno invulgar que foi classificado pelos seus detratores como uma jogada política e um desperdício de recursos militares.
Após a retirada destes efetivos, ficarão na fronteira com o México, nos Estados norte-americanos do Texas, Arizona e Califórnia, cerca de 3000 militares, sobretudo pertencentes à polícia militar e a tripulações de helicópteros de transporte que estão a ajudar os agentes de patrulhamento fronteiriço.
Manter-se-ão igualmente na fronteira cerca de 2300 membros da Guarda Nacional que para lá foram enviados no âmbito de outro destacamento que começou em abril.
Estava inicialmente previsto que os militares no local, que são neste momento 5.200, ali permanecessem só até 15 de dezembro, mas no fim de novembro, o secretário da Defesa, Jim Mattis, prolongou a missão até ao fim de janeiro, a pedido do Departamento de Segurança Nacional, desconhece-se se o prazo da missão poderá vir a ser novamente prolongado.
As forças norte-americanas têm instalado grandes quantidades de arame farpado e fornecido transporte e proteção à Guarda Fronteiriça, não se encontrando ali para lidar diretamente com os migrantes da América Central, muitos dos quais conseguiram, após atravessarem as Honduras, a Guatemala e o México, chegar a Tijuana, junto à fronteira com a Califórnia.
Um dos responsáveis indicou que alguns elementos da polícia militar e tripulações de helicópteros ficarão na região fronteiriça para poderem rapidamente responder se os agentes da patrulha fronteiriça precisarem deles.
Os militares começaram a chegar à fronteira no início de novembro, para um destacamento inicial de 45 dias, em resposta à caravana de migrantes que, a dada altura, tinha cerca de 7000 pessoas, incluindo muitas famílias com crianças.
Um relatório entregue ao Congresso no mês passado estimava os custos do destacamento militar para a fronteira em 210 milhões de dólares (185 milhões de euros), dos quais 72 milhões de dólares (63 milhões de euros) para os militares e 138 milhões (122 milhões de euros), até agora, para as forças da Guarda Nacional.
A Guarda Nacional está a cumprir a sua missão fronteiriça em separado desde abril. Não foram divulgadas estimativas atualizadas.