Os autodenominados Comités de Defesa da República (CDR), grupos de cidadãos que defendem a independência da Catalunha, cortaram, este sábado de manhã, a autoestrada AP-7 na zona de Ampolla, em Tarragona.
De acordo com o Serviço de Trânsito Catalão, a estrada está cortada nos dois sentidos e os desvios estão a ser feitos pela estrada nacional N-340.
Os CDR de Cambrils (Tarragona) já publicaram fotos no Twitter da ação de protesto com a seguinte mensagem: "As pessoas governam, o Governo obedece".
Os CDR surgiram em 2017 com o objetivo inicial de facilitar o referendo de independência da Catalunha, que se realizou em outubro de 2017 e que foi considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol.
O processo de independência foi, assim, interrompido em 27 de outubro de 2017, quando o Governo central espanhol decidiu intervir na Comunidade Autónoma.
As eleições regionais, que se realizaram em 21 de dezembro do ano passado, voltaram a ser ganhas pelos partidos separatistas.
Depois da decisão judicial, os CDR adotaram um novo objetivo: lutar pelo cumprimento do resultado, favorável à secessão, e pela proclamação da República catalã, sendo apoiados por diversas organizações de esquerda separatista, principalmente pela Candidatura de Unidade Popular (extrema-esquerda antissistema).
Com a detenção de vários dirigentes separatistas catalães, os CDR foram reativados e têm cortado o trânsito em várias estradas e vias rápidas da Catalunha.
Este grupo separatista radical reclama há muito tempo um referendo regional sobre a independência da Catalunha, em moldes semelhantes aos que foram realizados no Quebeque (Canadá) ou na Escócia (Reino Unido).
No entanto, a Constituição de Espanha apenas permite uma consulta eleitoral que ponha em causa a unidade do país se esta for realizada a nível nacional.