Chorou ao anunciar a morte de dois líderes da Coreia do Norte e leu, com entusiasmo, as notícias dos testes nucleares liderados por Kim Jong-un. Aos 75 anos, o rosto mais conhecido da televisão estatal norte-coreana deixa o ecrã, substituída por caras mais novas.
Ri Chun-hee correu o mundo nos últimos anos. Vestida de cor-de-rosa, de folhas na mão, leu com entusiasmo as notícias dos testes nucleares da Coreia do Norte, anunciando ao mundo os desenvolvimentos militares do país.
É a mesma mulher, atualmente com 75 anos, que comunicou a morte do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, em 1994, e do filho que lhe sucedeu, Kim Jong-il, em 2011, pai do atual líder, Kim Jong-un.
É este, o terceiro líder da Coreia do Norte, quem determinou a substituição de Ri Chun-heen, após décadas como rosto da televisão estatal norte-coreana. Kim Jong-un aposta na remodelação da imagem televisiva para projetar uma imagem tecnológica do país.
"O lema da nova era de Kim Jong-un é ficar a par das tendências do novo século", argumenta Kang Dong-wan, professor da universidade sul-coreana Dong-A em Seul, em declarações ao canal norte-americano "ABC News".
Com os norte-coreanos mais expostos a programas televisivos do exterior e com acesso a smartphones, o antiquado estilo de ler notícias no pequeno ecrã "deixou de encaixar", acrescenta Kang Dong-wan.
Ri Chun-heen, os papéis e o "hanbok", o fato tradicional coreano, cor-de-rosa vão ser substituídos por outras cores, caras mais jovens e com teleponto, para evitar aquele estilo "demodé". A nova geração de apresentadores deverá aparecer em cenários mais modernos, e sem papelada.
Semi-reformada desde 2012, Ri Chun-hee era frequentemente chamada a anunciar os "grandes feitos" da Coreia do Norte. Tornou-se um rosto tão conhecido no Mundo, que o presidente dos EUA, Donald Trump, a elogiou durante um encontro com Kim Jong-un, sugerindo que deveria arranjar um emprego nos EUA.