As probabilidades de uma fenómeno como o El Niño acontecer em 2019 são altas e estão a deixar os especialistas em alerta.
Dados da Organização Meteorológica da ONU (OMO) apontam para que nos próximos meses as hipóteses de um fenómeno semelhante ao El Niño voltar a acontecer serem de 80%. O último evento semelhante ao El Niño aconteceu em 2016, naquele que foi o ano mais quente alguma vez registado.
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As previsões meteorológicas para 2019 não dão conta de um fenómeno tão violento como o desse ano, mas não deixam de preocupar os cientistas que trabalham as áreas relacionadas com o aquecimento global.
Os acontecimentos meteorológicos como o El Niño acontecem naturalmente com relativa frequência e são provocados pelas temperaturas anormalmente altas da água na parte ocidental do Oceano Pacífico.
Apesar de se desenvolver nesta zona do hemisfério, o El Niño tem impacto no clima um pouco por todo o Mundo, provocando episódios de secas em lugar normalmente húmidos, como a Austrália, e inundações em zonas secas, como a América do Sul.
"Não é esperado que o El Niño seja tão poderoso quanto o evento de 2015-2016", admitiu Maxx Dilley, diretor da OMO para as previsões climatéricas. "Mesmo assim, pode afetar de forma significativamente os padrões da chuva e a temperatura de muitas regiões, com consequências importantes para a agricultura e a segurança alimentar e, consequentemente, para a saúde pública", acrescentou.
Milhões de toneladas de emissões de carbono continuam a ser emitidas e os gases de efeito estufa estão em níveis recorde, contribuindo ainda mais para o aquecimento do planeta.
"O desenvolvimento do El Niño vai muito provavelmente contribuir para o aumento da temperatura média em 2019, mas ainda é muito cedo para afirmar se vai ser um ano recorde", disse Tim Stockdale, do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo, citado pelo "The Guardian".
Um dos primeiros sinais de alerta chega mesmo da Austrália. Esta quarta-feira, as fortes chuvas que se fizeram sentir em Sidney provocaram inundações e obrigaram ao cancelamento de voos e ao corte de ligações ferroviárias. Por outro lado, o Estado de Queensland, no nordeste do país, vive uma onda de calor severa que potenciou incêndios florestais e forçou a evacuações.
A análise da OMO apontou para a hipótese de o El Niño atingir a sua potência máxima entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2019. As hipóteses são de 75% a 80%.