Uma manifestante dos "coletes amarelos" morreu este sábado em Sabóia, sudeste de França, atropelada por uma condutora em pânico, disse o ministro do Interior francês, Christophe Castaner.
A condutora, que levava a filha ao médico, teve um ataque de pânico e avançou para os manifestantes dos "coletes amarelos" que tentavam evitar que o veículo avançasse.
Esta foi a primeira vítima dos protestos dos "coletes amarelos" contra o aumento dos impostos dos combustíveis que causaram às primeiras horas deste sábado perturbações na circulação rodoviária nalguns pontos de França, designadamente na periferia oeste de Paris e em pelo menos três zonas do norte do país.
Segundo o Governo francês, as primeiras perturbações ocorreram na A84 e na nacional 175, entre Villedieu-les-Poëles e Avranches; na nacional 13, em Cherburgo; e na nacional 814 em Caen.
Na periferia de Paris, um grande contingente policial conversou às primeiras horas de hoje com pequenos grupos de "coletes amarelos" para evitar um bloqueio total.
Até ao momento, não se registaram detenções ou cenas de violência entre manifestantes e a polícia.
Os "coletes amarelos", que são um movimento cívico, à margem de partidos e sindicatos, criado espontaneamente nas redes sociais e alimentado pelo descontentamento da classe média-baixa, convocou mais de um milhar de manifestantes nas estradas do país e ameaçaram "bloquear" toda a circulação.
O protesto deste sábado colocou em alerta as forças de segurança e, segundo o canal "BFMTV", cerca de três mil agentes estão prontos para atuar em todo o país.
O movimento, que alargou os protestos contra a carga fiscal em geral, é um novo obstáculo para o Executivo de Emmanuel Macron, que decidiu aumentar os impostos dos combustíveis para promover a transição energética.
O Governo decretou um aumento dos impostos dos combustíveis de 7,6 cêntimos por litro para o "diesel" e de 3,9 cêntimos para a gasolina e a partir de janeiro serão aplicadas taxas adicionais a estes produtos de 6 e de 3 cêntimos, respetivamente.
Os "coletes amarelos", nome alusivo aos coletes fluorescentes que é obrigatório ter no interior dos veículos, têm o apoio de 74% da população francesa, segundo uma sondagem publicada na passada sexta-feira.