As autoridades francesas anunciaram, esta terça-feira, que descobriram o corpo de um homem nos escombros dos edifícios que ruíram na segunda-feira em Marselha.
"Acabamos de descobrir o corpo de um homem que morreu nos escombros", anunciou à imprensa o procurador, no local do acidente. Esta terça-feira de manhã, os bombeiros e a polícia no local continuam a abrir caminho pelo meio dos escombros, à procura de entre cinco a oito vítimas que julgam poder estar sob os destroços dos edifícios, de acordo com o ministro do Interior.
Na segunda-feira, o presidente da região Provence-Alpes-Côte d'Azur, Renaud Muselier, admitiu que sete pessoas estavam dadas como desaparecidas na sequência do desabamento dos dois edifícios.
Entre essas sete pessoas estará uma mulher que não foi buscar a filha à escola e outra "que nunca saiu de casa", disse Renaud Muselier, citado pela Agência France Presse (AFP).
Embora não fosse possível saber se os desaparecidos se encontravam nalgum dos prédios que desabaram, dois homens foram filmados na rua por uma câmara de vigilância pouco antes do colapso dos dois prédios, ocorrido cerca das 9.30 horas locais (8.30 em Portugal continental) de segunda-feira.
Uma pessoa morreu e pelo menos duas ficaram feridas na sequência do desabamento, ocorrido no centro de Marselha, numa rua do popular quarteirão de Noailles.
Os trabalhadores das equipas de emergência disseram na segunda-feira à AFP que nos dois edifícios poderiam estar a viver 12 pessoas.
O procurador de Marselha, Xavier Tarabeux, indicou que seriam agora realizados exames forenses para identificar o morto, acrescentando: "não houve vítimas na rua, é uma boa notícia".
Cerca de 80 bombeiros e 120 policiais, ajudados por cães, continuaram a limpar os escombros em busca de possíveis sobreviventes ou vítimas do acidente.
"A urgência é salvar vidas", disse o ministro do Interior, Christophe Castaner, que lembrou que as operações vão durar "vários dias".
O ministro explicou que as equipas de resgate avançaram "da maneira mais meticulosa possível" porque se descobriram, na primeira parte das operações de limpeza, algumas bolsas de ar que podem estar a ser usadas por sobreviventes.
"A experiência mostra que até três dias, se houver bolsas de sobrevivência, há possibilidades", acrescentou.
Questionado sobre o estado do imobiliário em Marselha, o governante afirmou: "o tempo da controvérsia pertencerá àqueles que querem fazê-la".
Segundo disse, há em Marselha "6.000 propriedades indignas".
O prédio número 65 da rue d'Aubagne foi objeto de uma visita de um perito aprovada pelo tribunal em 18 de outubro, mas este "não proibiu as pessoas de ali continuarem a viver", disse o ministro. Os dois edifícios contíguos que também ruíram na segunda-feira estavam entaipados e teoricamente inabitáveis.