A partir de uma garagem da Malveira, no Montijo, um técnico de informática fornecia sinal pirata de TV cabo a largas centenas de clientes espalhados pelo Mundo, angariados por comerciantes e empresários de Vale de Cambra, Braga, Vila Nova de Gaia, Coimbra, Valongo do Vouga e Soure. Oito arguidos, entretanto detidos pela Polícia Judiciária (PJ) do Porto, começam a ser julgados no início de dezembro, no Tribunal de Santa Maria da Feira.
Os suspeitos, que arriscam penas de um a cinco anos de prisão pelo crime de acesso ilegítimo e de dois a oito anos de prisão pelo crime de burla informática e nas comunicações, terão mantido o esquema fraudulento desde meados de 2014 a junho de 2017, mês em que a PJ do Porto desfez a rede, composta pelo informático, os comerciantes instaladores de boxes pirateadas e cinco revendedores.
A rede usava o sistema de "cardsharing" (partilha de cartões). Os líderes compravam um pacote legal de acesso aos canais da operadora Nos e, através de programas informáticos, conseguiam adaptar as boxes para que proporcionassem livre acesso à TV por cabo.