A Prótoiro - Federação Portuguesa de Tauromaquia insistiu esta sexta-feira no pedido de demissão da ministra da Cultura, Graça Fonseca, depois de a petição que lançou ter sido subscrita, até esta tarde, por cerca de cinco mil pessoas.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a Federação Portuguesa de Tauromaquia congratula-se por a petição pública, dirigida ao Presidente da República, primeiro-ministro e ao presidente da Assembleia da República, ter sido assinada por cerca de cinco mil pessoas, "em pouco mais de 24 horas".
"Cerca de cinco mil pessoas querem que Graça Fonseca seja destituída do cargo de ministra da Cultura. A Prótoiro congratula-se pela adesão dos portugueses à petição criada há pouco mais de 24 horas e felicita todos aqueles que consideram a governante inapta para as funções que ainda desempenha", lê-se no comunicado.
Na origem da petição estão as declarações da ministra da Cultura, na terça-feira, na Assembleia da República (AR), em que admitiu discutir em sede de especialidade do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) um eventual alargamento dos espetáculos abrangidos pela redução do IVA de 13% para 6%, tendo excluído a tauromaquia por ser uma questão de civilização.
A afirmação surgiu na sequência de críticas lançadas pela deputada do CDS-PP Vânia Dias da Silva por a descida do IVA excluir a tauromaquia, acusando o Governo de "discriminação" e de imposição de uma "ditadura do gosto", tendo a ministra da Cultura reagido: "Senhora deputada [do CDS-PP] a tauromaquia não é uma questão de gosto, é uma questão de civilização e manteremos como está".
No dia seguinte, em comunicado, a Federação Portuguesa de Tauromaquia exigiu a "imediata" demissão da ministra, argumentando que a sua primeira intervenção pública sobre tauromaquia, na AR, foi um "insulto" aos aficionados.
Hoje, a Prótoiro reiterou a exigência de demissão de Graça Fonseca, considerando que o número de pessoas que já assinaram a petição demonstra que os portugueses "ficaram indignados" pelas declarações da "ainda" ministra no parlamento.
"Todos nós, os que defendem a liberdade e os valores da democracia, fomos insultados. Aceitamos quem pensa diferente de nós, mas não aceitamos ser discriminados por quem tem a obrigação de defender a tauromaquia enquanto atividade artística, parte integrante da cultura portuguesa e legalmente reconhecida como tal", afirmou o presidente da Prótoiro, Paulo Pessoa de Carvalho, citado no comunicado.
"Se Graça Fonseca não sair pelo próprio pé, a Prótoiro espera que António Costa demonstre toda a sua coerência e destitua Graça Fonseca", acrescentou Paulo Pessoa de Carvalho.
A fechar a nota, o presidente da Prótoiro recorda o caso da demissão do antigo ministro da Cultura, João Soares.
"Como afirmou o primeiro-ministro, aquando da demissão de João Soares, 'os membros do Governo, nem à mesa do café podem deixar de se lembrar que são membros do Governo'. Não foi à mesa do café, foi na principal casa da democracia, o bastião da liberdade para todos os portugueses", disse.