Cerca de 80 a 90% dos comboios foram suprimidos até às oito horas desta quarta-feira devido à greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal, segundo fonte da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações.
De acordo com José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), que falava à agência Lusa na estação de comboios de Santa Apolónia, em Lisboa, a adesão à greve por parte dos trabalhadores "é muito significativa".
"Basta olharmos para o exemplo que temos aqui (Santa Apolónia). Os comboios estão todos suprimidos até cerca das 9.30 horas. Se houve dois ou três comboios desde a meia-noite são a exceção. A adesão à greve é muito grande", afirmou o responsável.
Segundo a Fectrans, o documento entregue na terça-feira pelo Governo "não satisfaz" as reivindicações dos sindicatos.
"Queremos chegar a acordo e nesse contexto vamos ter uma reunião conjunta, dos 14 sindicatos, na próxima terça-feira para responder ao documento que recebemos ontem (terça-feira)", acrescentou.
"É um documento muito extenso, mas que estamos a analisar. Vamos reunir na terça-feira, mas um aumento de 54 cêntimos no subsídio de alimentação dos trabalhadores não é suficiente (...). Não podemos trabalhar em 2019 com ordenados de 2018", afirmou.
Segundo fonte da CP, que apresentou dados até às 06:00, dos 30 comboios urbanos de Lisboa previstos para hoje circularam 25 e dos 12 previstos nos urbanos do Porto circularam quatro.
A mesma fonte indicou que até àquela hora não circularam comboios nem no serviço Regional nem no Longo Curso.
Os sindicatos exigem que a administração da empresa e o Governo concretizem o acordo coletivo de trabalho e cheguem a acordo sobre um regulamento de carreiras.