O dirigente do PSD Tiago Moreira de Sá defende que a eleição de Jair Bolsonaro como Presidente do Brasil em nada altera o relacionamento bilateral e que Portugal deve manter "ótimas relações" com o Estado brasileiro.
Em declarações à agência Lusa, Tiago Moreira de Sá, que preside à Comissão de Relações Internacionais do PSD, escusou-se a comentar o discurso ou as propostas de Jair Bolsonaro, invocando o princípio da "não intromissão na vida política de outros Estados".
"Ganhasse quem ganhasse, Haddad ou Bolsonaro, Portugal deve manter ótimas relações com o Estado brasileiro, independentemente de quem é o seu Presidente", defendeu.
Tiago Moreira de Sá argumentou que "as relações entre os países são relações Estado a Estado, não são relações entre a pessoa A e a pessoa B e essas relações permanecem, com base nos interesses e nos valores comuns, mas sobretudo nos interesses comuns, independentemente dos candidatos que ganham eleições".
"Neste caso, o Bolsonaro é o Presidente eleito democraticamente do Brasil. As relações entre Portugal e o Brasil mantêm-se inalteradas e Portugal tem de ter uma boa relação com a atual presidência do Brasil", acrescentou o professor universitário, doutorado em História das Relações Internacionais.
"Agora Bolsonaro é o presidente democraticamente eleito do Brasil", salientou.
O presidente da Comissão de Relações Internacionais do PSD referiu que o Brasil é "um país muito importante para Portugal, porque é um país lusófono, porque é um país que tem uma grande comunidade portuguesa e lusodescendente".
Portugal mantém com o Brasil "uma longa relação, bilateral e multilateral, na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)", bem como "importantes relações económicas", realçou.
Interrogado se o seu partido está preocupado com o futuro da democracia brasileira, Tiago Moreira de Sá respondeu que "o PSD não se intromete na vida política interna dos outros países, muito menos de países amigos como o Brasil".
Em relação ao conteúdo político da candidatura de Jair Bolsonaro, Tiago Moreira de Sá nada quis dizer, insistindo que "as relações entre os países são relações Estado a Estado".
"Em relação à vida política interna dos outros Estados, nunca nos pronunciámos e não faz sentido os países estarem a pronunciar-se sobre a política interna dos outros países. É um princípio de respeito pela soberania dos Estados, que se traduz na não intromissão na vida política de outros Estados", sustentou, acrescentando que "isto é válido para o Brasil, como é válido para qualquer outro país".