A Coreia do Sul encontrou restos mortais que podem pertencer a combatentes da Guerra da Coreia, numa zona junto à fronteira com a Coreia do Norte.
As duas Coreias começaram, a 1 de outubro, a remover minas de um dos locais de batalha durante a Guerra da Coreia (1050-53), na Zona Desmilitarizada, na fronteira entre os dois países.
Este trabalho de desminagem antecede as primeiras buscas conjuntas de restos mortais de combatentes, como definido nos acordos estabelecidos entre os ministros da Defesa dos dois países, à margem da cimeira entre o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
De acordo com um comunicado do Ministério da Defesa sul-coreano, as tropas do Sul encontraram dois presumíveis conjuntos de restos humanos durante o trabalho de desminagem. Uma baioneta, várias balas e uma chapa de identificação do exército sul-coreano com o nome "Pak Je Kwon" foram também encontradas com as ossadas.
O Ministério indicou que os registos militares mostraram que Pak era um sargento, que morreu em combate, em 1953, nas semanas finais da Guerra da Coreia.
As autoridades sul-coreanas vão recolher amostras de DNA de duas irmãs de Pak para saber se as ossadas encontradas pertencem ao antigo sargento, acrescentou o Ministério.
A zona de batalha, conhecida como Arrowhead Hill, foi onde as tropas sul-coreanas e da ONU, sob o comando dos Estados Unidos, repeliram uma série de ataques chineses para manter uma posição estratégica importante.
Responsáveis sul-coreanos afirmaram acreditar que o local contém os restos mortais de cerca de 300 soldados da Coreia do Sul, de França e dos Estados Unidos, tal como um grande número de corpos de soldados chineses e norte-coreanos.
Ao abrigo dos acordos assinados em setembro, as duas Coreias vão continuar o trabalho de desminagem em Arrowhead Hill até 30 de novembro próximo. Para 2019, estão previstos sete meses de excavações para encontrar restos mortais de combatentes.
As duas Coreias estão ainda a desenvolver, separadamente, medidas para desarmar a única aldeia conjunta na fronteira, Panmunjom, numa secção diferente da DMZ.
As minas foram já totalmente retiradas e, até final da semana, deverão ser também retirados armas e postos de vigilância. Os acordos de setembro passado determinaram ainda que as duas Coreias estabeleçam zonas-tampão ao longo da fronteira e desmantelem alguns dos postos de guardas em outras áreas.
Desde o fim da guerra que os dois países estão divididos ao longo de uma fronteira de 248 quilómetros, denominada DMZ. Cerca de dois milhões de minas estão armadas no interior e nas proximidades da DMZ, rodeada também de barreiras de arame farpado, armadilhas para tanques e tropas de combate dos dois lados.
A Guerra da Coreia causou milhões de mortos e desaparecidos. Para Seul, os restos mortais de cerca de dez mil soldados sul-coreanos continuam na DMZ.