O autor do ataque contra o candidato à Presidência do Brasil Jair Bolsonaro, ocorrido em setembro, foi acusado da prática de um "atentado pessoal por inconformismo político", informou esta terça-feira o Ministério Público Federal (MPF) de Minas Gerais.
O atentado ocorreu durante um ato da campanha na cidade brasileira de Juiz de Fora, no dia 06 de setembro, quando Adélio Bispo de Oliveira, fazendo-se passar como apoiante de Bolsonaro, esfaqueou o candidato, com uma arma branca, no abdómen.
Segundo a acusação, o objetivo do atacante era o de excluir a vítima da disputa eleitoral.
"Vê-se que o denunciado cometeu o crime mediante insidiosa dissimulação, a qual dificultou a defesa do ofendido, mesmo estando o deputado federal sob imediata proteção de escolta policial", diz o órgão de Justiça brasileiro em comunicado.
Nos depoimentos, Adélio Bispo revelou que a ideia de atentar contra a vida do candidato surgiu quando soube, pelos jornais, que Jair Bolsonaro iria a Juiz de Fora.
No entanto, as investigações indicam que "em julho de 2018, o acusado inscreveu-se num clube de tiro em Florianópolis (SC), onde praticou tiro, justamente no dia em que um dos filhos de Jair Bolsonaro chegou àquela cidade para participar num treino no mesmo clube".
O telemóvel do acusado também continha a foto de um cartaz com a data da chegada de Bolsonaro a Juiz de Fora, além de ter estudado a agenda do candidato na cidade, percorrendo, antecipadamente, os locais em que haveria atos de campanha.
"Para o MPF, está clara a motivação política do ato de Adélio, pois o seu histórico de militância demonstra que já tinha sido filiado num partido político por sete anos, período em que tentou ser candidato a deputado federal. Em suas postagens nas redes sociais, qualificava os políticos como 'inúteis' e pedia a renúncia do atual Presidente da República", relata o MPF.
"Adélio Bispo de Oliveira agiu, portanto, por inconformismo político. Irresignado com a atuação parlamentar do deputado federal, convertida em plataforma de campanha, insubordinou-se ao ordenamento jurídico, mediante ato que reconhece ser extremo", acrescentou.
Se for condenado, Adélio Bispo de Oliveira estará sujeito a pena de três a 10 anos de prisão, aumentada até o dobro, em razão da lesão corporal grave.
Bolsonaro ficou mais de três semanas internado no hospital Albert Einstein, na cidade brasileira de São Paulo, tendo recebido alta médica no último sábado.
O candidato lidera as sondagens para as presidenciais do Brasil, com 31% das intenções de voto, segundo uma pesquisa do Instituto Ibope divulgada na última segunda-feira.
A primeira volta das eleições presidenciais do Brasil acontece no dia 7 de outubro. Se nenhum candidato atingir a marca de 50% dos votos válidos haverá uma segunda volta com os dois primeiros colocados, que está marcada para o dia 28 do mesmo mês.