Como era a vida pessoal e familiar de Luís Grilo? Como seria a relação com a mulher, Rosa Grilo, agora suspeita de o ter matado com um tiro na cabeça?
Declarações do triatleta sobre o seu lado mais privado numa entrevista que deu, em 2015, a um jornal regional são agora recuperadas.
"A vida não é só trabalho. Para mim o trabalho é uma parte importante mas não é tudo. O mais importante para mim na vida além de correr é a família e o meu filho. Espero poder vir a dar-lhe ferramentas para ele ter um bom futuro". Em fevereiro de 2015, Luís Grilo, assassinado no passado dia 15 de julho, segundo apurou a Polícia Judiciária, deu uma entrevista ao jornal "O Mirante", onde revelou alguns pormenores que agora podem ser valiosos indicadores para a investigação.
Falou sobre política, desporto, trabalho. Falou das coisas lá de casa. "Ajudo a minha mulher na cozinha e se estiver sozinho não morro de fome. Mas tem dias". Mais: "Estamos um com o outro 24 horas por dia porque trabalhamos juntos e para que as coisas corram bem temos áreas bem definidas nas responsabilidades da empresa. Em casa não luto com ela pelo comando da televisão. Está sempre na Benfica TV."
Luís Grilo falou com especial carinho do filho que, agora, vai lidar com a insuportável realidade de saber que, alegadamente, foi a mãe que matou o pai. "A disputa maior é com o meu filhote. O mundo é tão grande e há tanta coisa para descobrir que sempre que posso viajo. Espero conhecer o Vietname e adoro África. A vida não é só trabalho. Para mim o trabalho é uma parte importante mas não é tudo".
Luís Grilo, de 50 anos, residente na localidade das Cachoeiras, no concelho de Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa, desapareceu em 16 de julho. O corpo do triatleta foi encontrado com sinais de violência e em adiantado estado de decomposição mais de um mês depois do desaparecimento, no concelho de Avis, distrito de Portalegre, a mais de 130 quilómetros da sua casa.
O cadáver estava perto de Alcôrrego, num caminho de terra batida, junto à Estrada Municipal 1070. Foi descoberto por um popular que fazia uma caminhada na zona e que alertou o posto de Avis da GNR para esta ocorrência.
Antes, o telemóvel da vítima tinha sido encontrado nos Casais da Marmeleira, a seis quilómetros de casa, já no concelho de Alenquer.
Segundo a PJ, Luís Grilo foi morto com um tiro na cabeça, acrescentando que a arma de fogo já foi recuperada, bem como outros elementos de prova.
"A investigação apurou que os factos terão ocorrido no passado dia 15 de julho, tendo a vítima sido atingida por um disparo de arma de fogo na caixa craniana, o qual lhe terá provocado a morte", indicou a PJ em comunicado divulgado na quinta-feira.