Os 19 migrantes que em julho passado foram resgatados pelo navio humanitário "Aquarius" chegaram a Portugal e vão ser acolhidos no município do Fundão, informou o Governo.
São 17 homens e duas mulheres, provenientes da Eritreia (14), Nigéria (3), Iémen (1) e Sudão (1), que vão ficar instalados no antigo seminário do Fundão, adiantou ao JN o presidente da autarquia local, Paulo Fernandes.
"É numa ação humanitária e de entreajuda com o Centro Nacional para os Refugiados. Um desafio a que o Fundão espera estar à altura", disse o presidente da Câmara local, Paulo Fernandes, ao JN
Os refugiados terão segurança 24 horas por dia, um tradutor e vão ser acompanhados por uma equipa multidisciplinar que incluiu um psicólogo e um assistente social.
O plano de integração implica ainda aulas de português, em articulação com a delegação do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) local, a realização de ações formativas sobre direitos e deveres, bem como a disponibilização de informações sobre o país, nomeadamente as relacionadas com a localização geográfica, a rede de transportes local, a localização de escolas, hospitais e outras infraestruturas, o trabalho, o respeito pela religião de cada pessoa.
"Depois de se sentirem melhor, temos um plano ambicioso de integração, com acordos de formação consoante as aptidões que demonstrarem", acrescentou Paulo Fernandes. Uma destas será no plano agroflorestal, aproveitando uma quinta junto ao antigo seminário onde ficarão instalados.
O Fundão já acolheu no passado seis refugiados mas que abandonaram o território tempos depois. Estes 19 refugiados chegam a Portugal no âmbito de uma ação humanitária concertada de Portugal, França e Espanha.
A resposta preparada para este acolhimento implica o trabalho coordenado de serviços das áreas governativas da Administração Interna e da Presidência do Conselho de Ministros, em particular, do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e do Alto Comissariado para as Migrações, refere um comunicado conjunto dos gabinetes do ministro da Administração Interna e da ministra da Presidência e da Modernização Administrativa.
O executivo afirma que "Portugal cumpre assim o seu dever de solidariedade humanitária e de contribuir para as soluções europeias para a questão da migração e das tragédias humanas que têm ocorrido no Mediterrâneo".