O principal suspeito do furto das armas de Tancos terá sido detido pela Polícia Judiciária esta terça-feira. É um ex-militar que conduziu a GNR e a Polícia Judiciária Militar (PJM) às armas.
É a convicção da PJ. O civil, de 45 anos, detido esta terça-feira com três militares da GNR, o diretor da Polícia Judiciária Militar e outros três elementos desta força, foi quem esteve no centro da operação do furto do material de Tancos.
É um indivíduo referenciado por tráfico de armas e de drogas e, de acordo com informações recolhidas pelo JN, movimenta-se na zona do Algarve, onde trabalham os elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé detidos esta terça-feira no âmbito da Operação Húbris, que investiga o aparecimento do material desviado das instalações militares, na Chamusca, em outubro do ano passado.
Depois da pressão pública e do mediatismo que se criou à volta do caso de Tancos, o homem decidiu devolver o material e, para isso, contactou um militar de Loulé, que conhecia. Ter-se-ão desenvolvidos contactos com elementos da PJM do Porto, que tinham inquéritos a decorrer na zona de Loulé. Ainda de acordo com as convicções da PJ, foi nessa altura que foi "combinada" a entrega das armas.
Entretanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu que o inquérito no âmbito do qual hoje decorreram diligências "é autónomo do instaurado na sequência do desaparecimento de armas ocorrido em Tancos", no entanto sublinha que em causa estão "factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas".