Catorze gerentes de duas redes de supermercados de portugueses foram detidos pelas autoridades venezuelanas, que os acusam de ter responsabilidade na falta de abastecimento de alguns produtos básicos nas lojas que administram.
Segundo a imprensa local e utilizadores das redes sociais, os detidos administram sucursais das redes de supermercados Central Madeirense e Excelsior Gama (um deles).
As detenções foram realizadas numa operação conjunta entre funcionários da Superintendência para a Defesa dos Direitos Socioeconómicos (Sundde) e da Polícia Nacional Bolivariana.
Em Caracas as detenções foram efetuadas nas localidades de Los Palos Grandes, Plaza Las Américas, La Urbina, Chacaíto, Bello Campo, Guatire e Avenida Vitória.
Por outro lado, fora da capital, várias fontes dão conta de que vários gerentes foram ainda detidos em Los Altos Mirandinos, Barcelona e Puerto La Cruz.
A oposição venezuelana questiona as detenções e acusa o governo liderado por Nicolás Maduro pela escassez de produtos básicos.
"A falta de abastecimento é uma consequência da destruição da produção nacional e das expropriações deste governo (...). Detêm os trabalhadores dos supermercados por estes não estarem abastecidos. A quem querem enganar? As prateleiras estão vazias pelas suas [do governo] más políticas", escreveu o deputado Carlos Paparoni na sua conta da rede social Twitter.
Nesta rede, há quem garanta que foram detidos mais de 20 gerentes daquelas duas redes de supermercados e que se encontram na sede do Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN, serviços secretos).
A agência Lusa tentou, sem sucesso, contactar responsáveis das duas redes de supermercados.