Os candidatos às eleições presidenciais do Brasil vão ser monitorizados por GPS até ao fim da campanha, para reforçar a segurança, disse esta terça-feira o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.
"Vamos saber online o que está a acontecer, onde há conflitos, onde há necessidade de estar a Polícia Federal. Vamos colocar GPS a acompanhar todos os candidatos presidenciais. Vamos saber onde eles estão", garantiu Raul Jungmann à imprensa.
O ministro reuniu-se hoje com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a juíza Rosa Weber, que liderará o processo eleitoral, que culmina no sufrágio de 07 de outubro.
Segundo o governante, os aparelhos de GPS vão estar na posse de agentes da Polícia Federal responsáveis pela segurança dos candidatos à presidência ou de algum elemento da equipa de campanha dos candidatos.
A ferramenta funcionará via satélite e irá permitir um movimento mais rápido dos corpos e forças de segurança do Estado para os locais onde é mais necessário.
A iniciativa faz parte do centro de controlo e inteligência promovido para monitorizar os eventos relacionados com as eleições, que são já apresentadas como as mais incertas das últimas décadas no gigante sul-americano.
O governo brasileiro espera que este novo centro de inteligência seja inaugurado uma semana antes da primeira volta das eleições.
Passado o primeiro mês de campanha, a corrida presidencial que elegerá o sucessor do Presidente Michel Temer foi marcada pela inelegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado por corrupção, e também pelo esfaqueamento sofrido pelo candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, numa iniciativa de campanha.
A candidatura de Lula, preso desde abril, foi vetada pelo TSE com base na lei que impede um condenado em segunda instância, como é o caso, de concorrer a um cargo eleitoral, numa altura em liderava as sondagens, com 40% das intenções de voto.
Jair Bolsonaro permanece internado desde 6 de setembro, enquanto recupera de "ferimentos graves" no intestino, de acordo com o hospital, depois de ter sido esfaqueado por um homem na cidade de Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais.
Sem Lula na corrida presidencial, o candidato de extrema-direita lidera com 28,2% das intenções de voto, seguido por Fernando Haddad (17,6%), que encabeçou na semana passada o Partido dos Trabalhadores, em substituição de Lula da Silva.