A mulher que acusa o juiz norte-americano Brett Kavanaugh de agressão sexual falou este domingo publicamente pela primeira vez sobre o caso, que terá ocorrido há mais de trinta anos, quando ambos eram adolescentes.
Brett Kavanaugh, que é o candidato do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Supremo Tribunal.
Em entrevista ao jornal "The Washington Post", Christine Blasey Ford, hoje com 51 anos, afirmou que Brett Kavanaugh e um amigo, ambos alcoolizados, encurralaram-na num quarto durante uma festa no começo dos anos 1980.
Segundo o relato publicado hoje, o agora juiz, de 53 anos, ter-lhe-á apalpado o corpo, tentou tirar-lhe a roupa e tapou-lhe a boca para não gritar.
"Pensei que, inadvertidamente, me matasse", lê-se no jornal.
A revelação surge dias depois de o juiz ter contestado veementemente aquelas alegações. Hoje voltou a negar tudo.
Antes de se saberem estas declarações, a revista "The New Yorker" revelou que uma mulher, que pediu para não ser identificada, contactou em julho os democratas no Congresso. Afirma que no início da década de 1980, quando o juiz Brett Kavanaugh frequentava o liceu em Bethesda, arredores de Washington, tentou agredi-la sexualmente, mantendo-a à força no chão.
Esta mulher, Christine Blasey Ford, que diz ter conseguido libertar-se, afirma que esta recordação constituiu um drama para si, e teve de recorrer a um psicólogo para enfrentar a situação.
Este magistrado foi escolhido por Trump para o Supremo Tribunal através de uma lista fornecida por associações conservadoras, mas cabe ao Senado validar a sua nomeação vitalícia.
Caso o Senado avance rapidamente, como se admite, o juiz Kavanaugh poderá assumir funções a tempo para o recomeço das audiências no Supremo Tribunal, em 01 de outubro.