O ministro do Ambiente considerou, esta segunda-feira, "pioneiro" o programa de reordenamento económico da serra de Monchique, que está a ser preparado na sequência do incêndio de agosto, defendendo uma "nova paisagem" para que o fenómeno não se repita.
"Em conjunto com as autarquias, estamos a fazer um programa para a paisagem da serra de Monchique que dê uma garantia muito mais efetiva de que os fenómenos tão dramáticos do fogo, como se viveu há pouco tempo, não voltarão a ocorrer", disse aos jornalistas João Matos Fernandes, após ter participado na sessão pública de discussão do Programa Nacional de Investimento 2030.
O ministro adiantou que, depois dos incêndios de agosto, em que ao longo de uma semana foram consumidos cerca de 26 mil hectares, é "preciso mesmo uma nova paisagem" na serra de Monchique, no distrito de Faro, no Algarve.
"Ter uma paisagem desenhada e projetada com aquilo que é a forma de melhor valorizar aquele território e aquele capital natural. Das várias coisas que a economia rural pode dar daquele território, uma delas é termos um território muito mais resistente ao fenómeno do fogo", referiu.
O primeiro-ministro anunciou a 10 de agosto a elaboração de um "programa de reordenamento económico da Serra de Monchique", cuja coordenação será da responsabilidade do presidente daquela câmara, Rui André. No dia 12, em entrevista à Lusa, o autarca social-democrata revelou que o plano deverá estar pronto até dezembro, para ser implementado durante "seis a sete anos", exigindo "medidas de exceção" na sua aplicação.
Hoje, o ministro explicou que o projeto consiste em substituir culturas e o uso do solo "sem retirar rendimentos a ninguém".
O governante sustentou que esta atividade é "completamente pioneira", sublinhando que, neste momento, está a ser construído um consenso com as autarquias.
"Até ao final do ano vamos ter esse plano bastante bem estruturado", garantiu.
João Matos Fernandes participou hoje na discussão pública do Programa Nacional de Investimentos (PNI) 2030, na vertente da ação climática, tendo o Ministério do Ambiente convidado cerca de 50 pessoas para debaterem um conjunto de propostas.
O PNI 2030 é o instrumento de definição das prioridades nacionais de investimentos infraestruturais estratégicos de médio e longo prazo, nos setores da mobilidade e transportes, ambiente e energia.
Na área do ambiente, estão em discussão temas relacionados com o ciclo urbano da água, recursos hídricos do litoral e da conservação da natureza e alterações climáticas.