O número de migrantes com menos de 18 anos que chegaram sem família a Espanha ultrapassou os 10 mil, com o Governo a anunciar uma verba de 40 milhões de euros para melhorar a sua situação.
O novo Executivo do socialista Pedro Sánchez, no poder há três meses, tomou esta "iniciativa excecional" face "ao aumento do número de chegadas nos últimos meses", indicou o ministério da Saúde.
De acordo com a ministra da Saúde, Carmen Montón, são atualmente 10 mil. Em abril, o anterior governo conservador tinha-se referido a seis mil, contra quatro mil em 2016.
Na manhã de terça-feira, 49 presumíveis menores, provenientes do Magrebe, chegaram a uma praia de Tarifa a bordo de diversas embarcações, indicaram responsáveis andaluzes.
O Governo previu "um orçamento de 40 milhões de euros para o acolhimento solidário dos menores estrangeiros não acompanhados", que deverão ser distribuídos por diversas regiões do país, segundo o comunicado do ministério.
Estas crianças e adolescentes, na maioria provenientes de Marrocos, encontram-se sob a responsabilidade das comunidades e localidades designadas de "primeiro acolhimento", em particular na Andaluzia e nos enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla, no norte de Marrocos.
Ao adotar este plano avaliado em 40 milhões de euros, o Governo de Madrid pretende incentivar financeiramente outras regiões para que aceitem o acolhimento destes menores, e adotem o modelo já em aplicação.
Nos últimos anos tem sido criticado o procedimento sobre o acolhimento destes menores estrangeiros isolados, em particular na cidade autónoma de Melilla, governada pelos conservadores, onde muitos jovens marroquinos dormiam nas ruas ou em grutas, aguardando a oportunidade para uma travessia de barco em direção à Europa.
Em Ceuta, o porta-voz do governo local, Jacob Hachuel, do Partido Popular (PP, conservador) defendeu recentemente que os menores não acompanhados deveriam ser reenviados para Marrocos "porque estão melhor no seu meio familiar".