Morreu na madrugada deste domingo o senador norte-americano John McCain, aos 81 anos, vítima de um tumor no cérebro.
A notícia foi avançada pelo gabinete de John McCain, em comunicado. O senador morreu por volta das 16.48 horas locais (00.48 horas em Portugal continental), em casa, no Arizona (EUA).
O senador republicano, candidato à presidência dos EUA em 2008, tinha sido diagnosticado com um glioblastoma, uma forma agressiva de tumor cerebral, em julho de 2017.
Na sexta-feira, a família de John McCain tinha anunciado que o senador iria suspender os tratamentos a que se submetia, não precisando, no entanto, o estado atual de saúde. "O progresso da doença e o inexorável avanço da idade ditam o veredicto. Com a sua força de vontade habitual, escolheu agora descontinuar o tratamento médico", tinha escrito a família num comunicado. "Neste ano que passou, John ultrapassou a expectativa de sobrevida", afirmaram.
John McCain estava a ser medicamente acompanhado no Estado natal - Arizona e longe do espaço público há já alguns meses.
O senador não tinha cessado o mandato, mas esteve no Senado pela última vez em dezembro do ano passado. Vinha sendo ultimamente um crítico do atual presidente dos EUA, mesmo fazendo parte do mesmo partido.
A vida na Marinha e na política
John Sidney McCain III nasceu na Zona do Canal do Panamá em 29 de agosto de 1936. Recebeu educação militar, formando-se na Academia Naval dos EUA, em 1958.
O senador participou na Guerra do Vietname. Em 1967 - quando já estava casado com a ex-modelo da Filadélfia Carol Shepp e já era pai -, o caça-bombardeiro que pilotava foi atingido por um míssil e John McCain foi ejetado e desmaiou. Retomou a consciência a cinco metros de profundidade, num lago em Hanói (Vietname), com os braços e um joelho partidos.
Quando conseguiu chegar à margem do lago, levaram-no para a prisão, onde ficou durante cinco anos. Lá foi espancado e tentou suicidar-se.
A libertação só aconteceu em 1973, com os Acordos de Paz de Paris.
Em 1981, John McCain reformou-se da Marinha como capitão e mudou-se para o Arizona, onde fez a carreira na política. Um ano depois, foi eleito para a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, servindo dois mandatos. No Senado, manteve-se a partir de 1987, tendo sido reeleito cinco vezes.
Em 1986, John McCain foi eleito - e posteriormente reeleito mais do que uma vez - para o Senado dos EUA.
A primeira candidatura presidencial aconteceu em 2000, mas perdeu a nomeação pelo Partido Republicano após a disputa com George W. Bush. Em 2008, a segunda tentativa avançou, mas John McCain perdeu as eleições para o democrata Barack Obama, cujas decisões também foi criticando.
Apesar de ser também republicano, John McCain retirou o apoio a Donald Trump durante a campanha presidencial de 2016, após uma gravação do atual presidente dos EUA a referir-se à conquista de mulheres se ter tornado pública. As críticas prosseguiram e o senador já tinha inclusive referido, segundo o "The New York Times", que não queria a presença de Trump no funeral - pedido que não se alterou, entretanto, segundo informaram dois membros da família, citados pela CNN.
As reações pelas redes
Dan Scavino, assistente do presidente dos EUA, Donald Trump, e responsável pelas redes sociais da Casa Branca, afirmou no Twitter que a bandeira do país foi posta, durante a noite de sábado para domingo, a meia-haste "em honra do senador".