Os gangues sicilianos, em Itália, encontraram uma nova forma de fazer dinheiro. Estão a usar toxicodependentes e pessoas com dependência de álcool, simulando acidentes de carro, de forma a obter os pagamentos de seguro.
A técnica, mesmo sendo agressiva, é simples. Largam pesos de ginásio em cima das pessoas, fraturando as pernas ou os braços, simulando depois um acidente de carro para receber o dinheiro das seguradoras.
Entre os suspeitos deste esquema, está uma enfermeira de Palermo que prescreveu medicamentos para que as pessoas mutiladas não sofressem tanto durante o processo. A polícia instalou sistemas de vigilância em várias casas e detetou mesmo os gritos de pessoas que estavam a ser atacadas pelos membros dos gangues. Numa das conversas reveladas pela polícia, pode ouvir-se um dos membros do grupos a ligar a alguém a pedir uma cadeira de rodas e uma ambulância para o dia seguinte.
Depois de serem violentadas, as vítimas são transportadas para hospitais e tratadas por cúmplices dos gangues. Rodolfo Ruperti, um dos polícias que acompanha o caso, explicou que os gangues recrutam pessoas viciadas em droga, álcool e problemas mentais, junto à estação de comboios de Palermo. "As pessoas estão desesperadas e são atraídas pelo dinheiro", disse o polícia à RAI.
Quem aceita entrar neste esquema recebem algumas centenas de euros, enquanto os gangsters conseguem juntar milhares de euros só em indemnizações. "São vítimas e cúmplices deste esquema criminoso", disse Rodolfo, referindo-se às pessoas usadas pelos gangues.
A televisão Sky adianta que mais de 70 pessoas estarão envolvidas no esquema. As investigações da polícia começaram em janeiro de 2017, quando as autoridades descobriram uma homem mutilado nas ruas de Palermo. Inicialmente pensaram tratar-se de uma vítima de acidente rodoviário, mas logo descobriram que se tratava de uma vítima deste esquema.