A Arábia Saudita anunciou que vai expulsar o embaixador do Canadá em Riade e congelar todas as relações comerciais com o país, em resposta às críticas de Otava à repressão sobre ativistas de direitos humanos.
O reino saudita deu ao diplomata canadiano 24 horas para deixar o país e chamou o seu embaixador no Canadá "para consultas", num súbito endurecimento das relações bilaterais, que passa também pelo congelamento de "todos os novos acordos de comércio e investimento".
O reino da Arábia Saudita "não aceitará de nenhum país uma interferência nos seus assuntos internos", informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita através de uma publicação na rede social Twitter.
A embaixada canadiana tinha referido, num comunicado publicado no Twitter, estar "gravemente preocupada" com uma nova onda de detenções de ativistas de direitos humanos na Arábia Saudita.
"Pedimos às autoridades sauditas a libertação imediata dos ativistas pacíficos de direitos humanos", indicou a nota.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita reagiu, defendendo ser "muito lamentável que as palavras 'libertação imediata' figurem no comunicado canadiano", o que é "inaceitável nas relações entre dois países".
A 2 de agosto, a chefe da diplomacia canadiana, Chrystia Freeland, disse ter ficado "muito preocupada ao saber da prisão de Samar Badawi", ativista pelos direitos iguais entre homens e mulheres, e da colega Nassima al-Sadah.
Samar Badawi foi distinguida em 2012 com o Prémio Internacional de Liderança Feminina pelo Governo dos Estados Unidos.