As 103 pessoas que seguiam a bordo do avião da Aeroméxico sobreviveram ao acidente desta terça-feira. "Um verdadeiro milagre", escreveram alguns jornais locais.
Para um especialista em acidentes deste género, a ausência de mortes fica a dever-se a pormenores que fizeram toda a diferença.
O avião tentou descolar de Durango, no México, na terça-feira, numa altura em que se registavam fortes chuvadas e ventos intensos. Até ao momento, não foram registadas vítimas mortais. Há dois feridos graves. O capitão Carlos Meyran foi quem ficou em pior estado. Teve mesmo que ser operado enquanto vários passageiros sofreram queimaduras graves.
"Sinto-me abençoada e grata a Deus", disse Jackeline Flores, uma das sobreviventes, à "NBC News".
Para David Gleave, um especialista britânico em acidentes aéreos, a ausência de vítimas mortais neste acidente deve-se à pouca velocidade a que o aparelho seguia quando caiu e ao desenvolvimento tecnológico do material dos aviões nos últimos anos.
"Não é um milagre. Temos trabalhado muito para que as pessoas consigam sair bem deste tipo de desastres. A forma como os bancos não deslizaram para a frente, protegendo os passageiros, é um desses exemplos. A segurança dos passageiros não foi um mero acaso", disse. O avião acidentado é ainda equipado com "sirenes que vão apitar" sempre que existe um problema mecânico, ou quando "é cometido qualquer erro" durante a descolagem.
Além das melhorias no interior do aparelho, os desenvolvimentos verificados na zona onde o avião caiu também terão contribuído para o sucesso da operação de resgate. "A zona que envolve o aeroporto não é baldia. Trata-se de um terreno deliberadamente mantido livre de obstáculos. Foi projetado para que em caso de uma aterragem forçada, as pessoas se consigam afastar em segurança", acrescentou.
Gleave explicou que os investigadores vão concentrar-se na análise da influência dos ventos fortes e da chuva e granizo que caíram naquela área no momento do acidente.